Após briga de crianças, pais chegam e batem em menino que já tinha apanhado do filho
Empurrão e soco: adultos agridem criança de 10 anos que já havia apanhado do filho deles em restaurante. "O que vivi foi um pesadelo", relata mãe do menino agredido
Um famoso bar no bairro Quilombo, em Cuiabá (MT), foi palco de terror na noite da última sexta-feira (29) para a família de Pamella Delnery.
Mãe de três crianças, Pamella relatou com indignação as cenas de agressão que presenciou no ‘espaço kids’ do estabelecimento. Na ocasião, seu filho (‘K’) de apenas 10 anos foi agredido pelos pais de outro menino.
Neste domingo (31), Pamella registrou um desabafo em sua conta do Instagram. Segundo ela, um problema entre seu filho de 10 anos e um segundo garoto, que deveria ser resolvido entre crianças, virou caso de polícia.
Em vídeos publicados, Pamella conta que ela e o marido estavam com dois casais de amigos no tradicional restaurante Chuvisco. Durante o jantar, seus filhos e outras crianças que brincavam no ‘espaço kids’ queixavam-se de um garoto que estava batendo nos pequenos.
Os pais chegaram a conversar com a cuidadora do espaço kids, que confirmou as agressões. Além disso, ela afirmou que conversou com o pai da criança que estava agredindo os demais, contudo, o responsável nada fez.
Como mãe, Pamella afirma que pediu ao seu filho de 10 anos para cuidar dos irmãos mais novos e dos outros coleguinhas.
“Fica de olho no ‘M.J.’ [criança que estava apanhando], não deixa esse menino [agressor] ficar perto dele. Qualquer coisa chama a cuidadora, vocês têm que proteger o amiguinho de vocês. Mas proteger não no sentido de bater, porque não ensino nem instruo meus filhos a baterem em ninguém, e é essa a minha revolta”, contou a mãe.
Seguindo o conselho da mãe, ‘K’ interveio em uma nova agressão do garoto contra a criança menor, afastando-o de perto. O garoto foi ao encontro dos pais e, ao retornar ao parque, desferiu um soco contra o rosto de ‘K’.
Abalado, ‘K’ foi até a mãe e descreveu o acontecido. Pamella, acreditando que discussões entre crianças devem ser resolvidas entre crianças, aconselhou o filho a ir resolver o problema ‘sem agressão’, que ficaria observando ele da mesa.
“Quando meu filho entrou no espaço kids, a mãe do garoto empurrou o meu filho e o pai deu um soco no peito dele. Eu corri imediatamente, bati na mãe e cai. O pai já veio chutando. Nunca passou na minha cabeça que isso poderia acontecer. O que vivi foi um pesadelo”, desabafa.
A mãe conta que o marido chegou logo depois e a ajudou a levantar. Com a confusão armada, Pamella diz que os garçons do estabelecimento a seguraram, enquanto o casal agressor, com os filhos no colo, foi “escoltado” até a porta do bar.
“A briga toda acontecendo, os garçons me segurando, segurando meu marido. O dono do bar, que frequentamos há anos, gritava para irmos embora, como se nós fossemos os culpados”, relatou.
Nos stories, Pamella mostrou o rosto do filho inchado. Ela também se machucou e postou imagens dos hematomas nos braços e nádega, gerados pelo por conta do empurrão que levou da mulher e da contenção feita pelos seguranças e garçons do bar.
Ainda abalada com as cenas de violência contra seu filho ‘K’, Pamella garante que o caso não ficará impune. Ela e o esposo registraram boletim de ocorrência e fizeram exames de corpo de delito no sábado (30). Nesta segunda-feira (01), a família prestará depoimento na Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Dedica).
Pamella disse que aguarda o pedido da delegacia para ter acesso às imagens do estabelecimento e provar a abordagem agressiva do casal contra o seu filho.
Outro lado
Marcos Musis, dono do Chuvisco, se pronunciou por meio das redes sociais do estabelecimento. Ele disse estar afastado do bar por ter sido diagnosticado com covid-19, mas afirmou que seu empreendimento não apoia qualquer tipo de agressão e garante que irá colaborar com as investigações.
O CHUVISCO há trinta anos é um espaço que atende as famílias em Cuiabá, sempre primando por oferecer serviços de qualidade em um ambiente saudável.
Lamentamos o ocorrido e aguardamos a apuração dos fatos, salientando que não cabe em nossa filosofia de trabalho qualquer atitude de violência, seja física ou verbal.
Estamos prontos a colaborar para que os fatos sejam esclarecidos pelas autoridades competentes e só então poderemos nos manifestar.
Agradecemos a confiança de nossos clientes e da população em geral.
Com EstadãoMT, OlharDireto e GazetaDigital
