Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueredo
Caso chamou atenção principalmente devido ao alto padrão de vida que o casal levava. Leandro e Shirley possuem milhares de seguidores nas redes sociais e são proprietários de pousadas de luxo em região turística cobiçada por famosos
A Polícia Civil da Bahia solucionou na última sexta-feira (19) um crime cometido há 20 anos. Os empresários Leandro Silva Troesch e Shirley da Silva Figueredo foram condenados a 14 anos de reclusão, mas viviam uma vida de luxo em um paraíso turístico.
O casal é proprietário de duas pousadas de alto padrão na Praia dos Garcez, no município de Jaguaripe (BA). O local é um dos principais destinos turísticos do baixo-sul do estado e costuma ser frequentado por famosos.
Leandro e Shirley foram condenados por roubo e extorsão mediante sequestro de uma mulher, mas estavam foragidos. Ao serem localizados pela polícia, o casal foi surpreendido por agentes da Delegacia Territorial (DT) Valença, responsáveis por cumprir os mandados judiciais que estavam em aberto.
Os dois já se encontram no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador (BA), onde deverão cumprir suas penas.
Entenda o caso
Os crimes pelos quais Leandro e Shirley acabaram sentenciados datam de 10 de maio de 2001 e ocorreram em Salvador. Além do casal, outras três pessoas também foram denunciadas pelo Ministério Público por envolvimento na ação criminosa.
No processo consta que, após ter sido sequestrada, uma mulher alvo do casal foi mantida em cárcere privado em um imóvel alugado. A vítima só seria libertada após o pagamento de R$ 35 mil de resgate.
Ainda de acordo com a peça judicial, Leandro dirigiu o carro usado para executar o crime, além de ter sacado dinheiro da conta bancária dela. Shirley, por sua vez, incumbiu-se de buscar o valor do resgate.
À época, o casal e os demais envolvidos foram presos em flagrante. Anos depois, Leandro e Shirley passaram a responder ao processo em liberdade e fugiram.
Nas redes sociais dos dois empreendimentos — que somam mais de 80 mil seguidores —, eles compartilhavam selfies da rotina no litoral e fotos na companhia de hóspedes famosos.
Vítima se pronuncia
Em entrevista ao jornal Extra, a vítima do casal relembrou o sequestro que sofreu e comentou sobre a inesperada novidade. A identidade dela foi mantida em sigilo.
“Saber que eles foram presos é bom, mas uma pena que tenha sido só depois de 20 anos. A prisão tem sentido porque eles têm que ser punidos e cumprir a pena deles. Depois de 20 anos é um pouco demais, né?”.
A mulher afirmou que durante todos os esses anos procurou não pensar no crime. Ela afirma que encarava o assunto como algo pertencente ao passado.
“Eu recebi uma cópia do processo com as condenações e tudo. Dei uma olhada, não sei quando foi que eu recebi isso, mas pra mim já era passado. Eu não tive o menor interesse em procurar saber se eles estavam presos, se estavam soltos, nada disso. Eu procurei seguir minha vida e ponto final”, disse.
No entanto, ela afirma que aprova a condenação. “Errou, eu acho que tem que pagar, então está certo, paciência. Vão pagar por seus erros, mesmo depois de tanto tempo”.
Sobre o crime, a vítima lembra que foi alvo de violência psicológica e que sentiu muito medo. “Na hora de me libertar, foi quando senti mais medo porque eles já estavam com o dinheiro do sequestro na mão”.
De acordo com seu relato, o plano de um sequestro relâmpago acabou derivando para um sequestro com resgate depois que a dupla viu seu saldo bancário.
“Então, para me proteger da situação, eu o tempo inteiro não quis ver ninguém. Depois eu não pude reconhecer ninguém porque eu abaixei minha cabeça, fechei meus olhos e não quis ver ninguém em momento nenhum. Agir assim me deu segurança e uma perspectiva de voltar e rever meus filhos, na época meus filhos tinham 3 e 6 anos”.
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