Mulheres violadas

Empresário que confessou ter matado esposa é solto por juíza

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Juíza manda soltar empresário que é assassino confesso da esposa e alegou ter cometido o crime por causa de discussão de futebol. Novo áudio revela, contudo, hipótese de feminicídio premeditado

Érica Fernandes, torcedora palmeirense que foi morta pelo marido corinthiano Leonardo Souza Ceschini

A juíza Giovanna Christina Colares, da 5ª Vara do Júri de São Paulo, determinou nesta quinta-feira (25) a soltura do empresário Leonardo Souza Ceschini. Ele é assassino confesso da esposa Érica Fernandes Alves Ceschini.

O crime aconteceu no dia 31 de janeiro, dia da final da Copa Libertadores, e o homem alegou que tirou a vida da mulher por causa de uma discussão de futebol. Érica era palmeirense e o marido corintiano.

Na decisão que mandou soltar o empresário, a juíza entendeu que houve excesso de prazo na manutenção da prisão preventiva. Ela afirmou que o Ministério Público foi alertado várias vezes de que deveria oferecer a denúncia no prazo estabelecido pela legislação.

“Verifico que já se encontra em muito ultrapassado o prazo para o oferecimento da denúncia, estabelecido no artigo 46 do Código de Processo Penal, razão pela qual a prisão do indiciado representa nítido constrangimento ilegal, devendo ser imediatamente relaxada, consoante artigo 5º, inciso LXV, da Constituição Federal, que dispõe que a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária”, escreveu a magistrada na decisão.

O promotor responsável pelo caso, Fernando Bolque, nega inércia do Ministério Público no processo e diz que o inquérito policial só não foi concluído ainda porque investiga novas informações que surgiram, e provas que ainda devem ser colhidas para se concluir o que houve.

O promotor pediu a quebra do sigilo telefônico do empresário e da vítima e diz que o crime, ao contrário do que alega o empresário, pode ter sido um feminicídio premeditado.

Um áudio de celular divulgado por um primo da vítima revelou que Leonardo fazia ameaças à esposa. “Essa filha da put* da tua prima agora está aqui domesticada aqui, tá boazinha, só em casa ela é uma filha da put*. Quero matar ela”, disse Leonardo na gravação.

Casa roubada

Após o assassinato de Érica, o sogro da vítima furtou do apartamento o carro dela, duas TVs, um micro-ondas, eletroeletrônicos e joias. O furto ocorreu enquanto o corpo da representante comercial era velado e sepultado no dia 1º de fevereiro.

Até o celular da vítima e documentos das crianças foram levados por uma mulher que seria advogada da família do marido, ainda segundo a polícia. As crianças estão provisoriamente com os avós maternos.

RELEMBRE O CASO:
Sogro roubou carro, micro-ondas, duas TVs e joias de Érica
Marido diz que matou esposa por causa da Libertadores