Lado a lado: Luiz Fux critica tudo o que Jair Bolsonaro defende com relação à pandemia e situação desconcertante viraliza nas redes sociais. Presidente pareceu congelar diante da fala do ministro
Na manhã desta segunda-feira (1), o Supremo Tribunal Federal (STF) abriu o ano do Judiciário com uma cerimônia em Brasília. Durante sua fala, o presidente da corte, Luiz Fux, teceu duras críticas a tudo o que Jair Bolsonaro (sem partido) defende com relação à pandemia. E o pior: os dois estavam lado a lado.
O discurso de Fux pode indicar uma postura de choque do STF contra o poder Executivo e o Palácio do Planalto. “Não tenho dúvidas de que a ciência, que agora conta com a tão almejada vacina, vencerá o vírus; a prudência vencerá a perturbação; e a racionalidade vencerá o obscurantismo.”, afirmou o presidente do Supremo.
Fux ainda citou especificamente o caso do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) que, ao ser empossado na última semana, chamou a pandemia de “histeria coletiva, esquizofrenia fúnebre, mentira global e exploração política”. O discurso de Carlos Eduardo Contar foi enaltecido por Bolsonaro, que chegou a compartilhar o conteúdo no Twitter.
“Não devemos ouvir as vozes isoladas, algumas inclusive no âmbito do Poder Judiciário — confesso, fiquei estarrecido com o pronunciamento de um presidente de TJ minimizando as dores desse flagelo —, pessoas que abusam da liberdade de expressão para propagar ódio, desprezam as vítimas e desprezam de forma, através do negacionismo científico, o problema grave que vivemos. É tempo de valorizarmos as vozes ponderadas, confiantes e criativas que laboram diuturnamente, nas esferas pública e privada, para juntos vencermos essa batalha”, disse Fux.
Houve também outros discursos críticos. “A retomada da economia, a geração de empregos, o desafogo do sistema de saúde só serão possíveis com um programa eficiente, amplo e rápido de vacinação”, disse o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, que discursou da tribuna.
“O povo brasileiro não compactua com autoritarismo, ódio, indiferença à dor humana. E a solidariedade é um paradigma civilizatório, que não podemos abrir mão”, concluiu.
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