A Lava Jato foi enterrada sem ninguém sequer por a mão na alça do caixão
É tão desmoralizada a Operação comandada pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores de Curitiba que a Lava Jato foi oficialmente para a cova rasa sem ninguém nem para por a mão na alça do caixão. Ficou evidente que o arranjo serviu apenas para perseguir Lula e desestabilizar a economia
Jose Cassio, DCM
É tão desmoralizada a Operação comandada pelo ex-juiz Sergio Moro e pelos procuradores de Curitiba que a operação Lava Jato segue para cova rasa sem ninguém nem para por a mão na alça do caixão.
Nada de gritaria, protestos na porta da Fiesp, tuítes acalorados para defender um arranjo que serviu apenas para perseguir Lula, desestabilizar a economia, jogar no ralo a credibilidade da Justiça e do MP e solapar a democracia.
Melhor assim, antes tarde do que nunca.
É certo que o anuncio do fim da Operação tem relação com uma medida tomada nesta semana pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF, que retirou o sigilo das conversas entre procuradores e Moro.
O conteúdo de novos diálogos acabou incluído no processo pela defesa do ex-presidente Lula. O material tem, ao todo, 50 páginas.
Uma outra parte dos diálogos já tinha vindo a público e revelava Moro orientando os procuradores sobre como apresentar a denúncia contra o petista no caso do triplex do Guarujá.
Agora é juntar os cacos, seguir a vida e pedir punição aos que subverteram as regras do direito e estupraram a democracia para atender interesses políticos de pequenos grupos.
“Eu digo sempre: Lula é digno de um julgamento justo.”
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A afirmação acima é de Gilmar Mendes e reflete a indignação com tudo o que acabou vindo à tona.
Embora com a ressalva de que o material liberado pelo STF deve ser analisado com cuidado, o ministro disse que causa preocupação, porque parece revelar que Moro agia como se “fosse chefe do grupo de procuradores”.
“Ele assume posição de chefe do grupo da força-tarefa, Dallagnol faz consultas sobre como deveria proceder, manda informações e eles combinam ações. A não ser – e vamos dar o benefício da dúvida – que o que está escrito seja uma peça ficcional”, ironiza Gilmar.
O ministro é um dos membros da Segunda Turma do STF que vai julgar a suspeição do Moro. Fala-se que isso vai ocorrer ainda neste semestre.
Se a suspeição do ex-juiz for declarada, a condenação de Lula será anulada. E o ex-presidente terá de ter os seus direitos políticos restabelecidos, podendo concorrer novamente à presidência no ano que vem.
Cadê a turma de camisa da seleção na porta da Fiesp? Vergonha de que?