Médico de Maradona ironizou morte: “Gordo vai morrer cagando”
“Teve uma parada cardiorrespiratória e vai morrer cagando”. Relatos de funcionária e áudio vazado de médico detalham últimos momentos de Maradona
O Ministério Público da Argentina investiga a morte de Diego Maradona para descobrir se houve negligência, imperícia e imprudência. Um dos principais investigados é o médico neurocirurgião, Leopoldo Luque, que nos últimos ficou conhecido como “médico particular de Maradona”.
No último fim de semana vazaram áudios e mensagens de Luque em conversas por WhatsApp com a psiquiatra Agustina Cosachov, também investigada pelo MP, e com sócios do neurocirurgião.
Luque não estava na casa quando Maradona sofreu a parada cardiorrespiratória. Ao ser informado do que estava acontecendo, é ele quem aciona o serviço de emergência pedindo que uma ambulância se dirija à casa e em seguida manda uma mensagem para um dos seus sócios.
“Estou a caminho já. Parece que está morto. Sério, está morto”.
Em seguida manda outra mensagem.
“Sim, o ‘boludo’ parece que teve uma parada cardiorrespiratória e o gordo vai morrer cag****. Não tenho ideia do que ele fez. Estou indo para lá”.
Nesse momento, a psiquiatra que estava na casa, manda uma mensagem para Luque.
“Agora está com a equipe da ambulância e eles estão tentando reanimá-lo, entubando ele. Mas ficamos 10, 15 minutos tentando reanimá-lo porque a ambulância não chegava”.
Minutos mais tarde Leopoldo Luque tenta tranquilizar a psiquiatra.
“Tranquila. Tente se acalmar. Isso é assim, é assim. É um paciente complexo, e bom, vai acontecer o que tem que acontecer. Nós estaremos aqui para te apoiar no que vier”.
A gíria “boludo” é muito comum na Argentina, podendo ser utilizada tanto como xingamento quanto como uma maneira informal de se dirigir a alguém. Nesse caso, a gíria se aproxima de “cara” no português. Como xingamento, pode significar “babaca” ou “imbecil”.
Luque e Cosachov podem ser indiciados por homicídio culposo, por serem os responsáveis da internação e do tratamento de Maradona. A má conduta investigada pelos promotores se refere ao fato de que a casa usada como internação domiciliar não contava com desfibrilador, tanque de oxigênio e que na equipe médica não havia a presença de um cardiologista.
Na semana passada, de acordo com o jornal Olé, uma perícia grafotécnica confirmou a suspeita de promotores que investigam o caso: Luque falsificou a assinatura do ex-jogador para obter o seu histórico clínico.
Cozinheira
Uma das cozinheiras que trabalhavam na casa em que o ídolo argentino estava internado deu detalhes sobre os últimos momentos de vida do craque.
Em entrevista ao canal argentino América, Romina Milagros Rodríguez, revelou que na fatídica manhã em que Maradona teve uma parada cardíaca, chegaram a pedir para que ela ajudasse a reanimá-lo fazendo respiração boca a boca.
“Estávamos todos tratando de revivê-lo. Estava a enfermeira e o segurança. É mentira que a psiquiatra fez as manobras de reanimação cardiovascular (RCP). Ela nem sabia como fazer. Me pediram para que eu fizesse respiração boca a boca, não podia. Era uma loucura, e isso ficou na minha cabeça por dias”.
“Na noite anterior ele não queria comer. Para mim, ele deu um fim a tudo. Se começamos a falar sobre ele, ele era de fazer milagres, poderia estar vivo. Para mim, estava cansado”, disse.