Militar da Aeronáutica mata a esposa e outra mulher em Belém
Feminicídio: duas mulheres são mortas a facadas por militar da reserva da Aeronáutica em Belém. Assassino era casado com uma das vítimas
Um militar da reserva da Aeronáutica matou a própria esposa e uma amiga dela na tarde do último sábado (30) em Belém do Pará. Jessica Mesquita e Tamires Abdon foram assassinadas com golpes de faca.
Segundo informações da polícia, Joelson Alves de Souza nutria ciúme excessivo da relação de amizade entre a esposa e a amiga. Ele não queria que elas andassem juntas e que frequentassem a casa uma da outra.
De acordo com a divisão de Homicídios da Polícia Civil, uma das mulheres, na tentativa de se defender, conseguiu ferir o militar da Aeronáutica. Ele foi levado para receber atendimento médico e será autuado em flagrante pelo crime de feminicídio.
A Aeronáutica confirmou que Joelson de Souza é militar da reserva. Em nota, o Comando da Aeronáutica disse que colabora com as autoridades policiais nas investigações.
Feminicídio no Brasil
O Brasil convive com elevadas estatísticas de violências cotidianas praticadas contra mulheres – o que resulta em um destaque perverso no cenário mundial: é o 5º país com maior taxa de feminicídio.
“O feminicídio não é aceitável em uma democracia, pois é a violação de um dos direitos mais fundamentais do ser humano: o direito à vida. É preciso visibilizar que há um problema muito sério no Brasil: estão matando mulheres. Ou seja, estão assassinando mulheres de modos muito cruéis, em muitos casos de formas absolutamente atrozes, e mulheres cada vez mais jovens”, afirma a criminologista Ana Isabel Garita Vilchez.
No início do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro publicou um decreto que facilita o posse de armas no Brasil. Segundo especialistas, com mais armas em casa – espaço já perigoso para a vida das mulheres, pois mais da metade dos feminicídios acontece no “lar”- a consequência natural é que haja mais mortes dentro delas.
“Estudos mostram que quando a arma entra em casa, a violência aumenta. Isso em todos os contextos, não só na violência doméstica”, destaca a advogada Paula Sant’Anna Machado de Souza.