Acostumado a cometer todo tipo de crime na época em que serviu a PM, Daniel Silveira não perdeu o hábito. Em inspeção na cela do deputado, Polícia Federal encontra dois celulares e abre investigação para saber como os aparelhos entraram no local
A Polícia Federal encontrou nesta quinta-feira (18) dois celulares com o deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) na cela em que ele estava detido na superintendência da corporação no Rio de Janeiro.
A atitude do parlamentar será agora investigada pela PF, já que Silveira não poderia se comunicar de forma livre desde anteontem, quando foi preso por determinação do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Segundo a PF, os celulares foram apreendidos na tarde de hoje em uma sala da SRRJ (Superintendência Regional da Polícia Federal no Rio de Janeiro), onde Silveira estava detido aguardando pela audiência de custódia.
Na audiência, foi definida a manutenção da prisão do deputado, que será transferido para o Batalhão Especial Profissional da Polícia Militar do Rio, em Niterói (RJ).
André Rios, advogado de Silveira, disse que não sabia da apreensão e espera que o inquérito policial que será aberto pela PF esclareça o fato.
“Eu não tenho ciência disso, acho que é uma operação que a própria PF vai fazer e vai chegar ao que se deu essa apreensão, quem é o responsável”, afirmou Rios em entrevista à CNN Brasil.
Com a manutenção da prisão na audiência de custódia, que avaliava eventuais ilegalidades na decisão tomada por Moraes, Silveira agora aguarda uma nova definição da Câmara dos Deputados. Amanhã, às 17 horas (de Brasília), a Casa terá uma sessão deliberativa para tratar da apreciação da medida cautelar do STF contra o parlamentar.
Caberá aos deputados definirem em plenário se a prisão será mantida ou não. A decisão será tomada por maioria absoluta dos parlamentares.
Silveira foi preso em “flagrante delito” na noite de terça-feira (16) por fazer ameaças a ministros do STF, sugerindo que todos fossem substituídos, e defender o AI-5, o Ato Institucional que aumentou a repressão da ditadura militar em 1968. As afirmações foram feitas em vídeo publicado nas redes sociais.