“Viking” que invadiu Capitólio pretende testemunhar contra Trump após “decepção”
Advogado de “viking” que invadiu Capitólio explicou que seu cliente era “terrivelmente apaixonado” por Donald Trump, mas agora se sente decepcionado após o ex-presidente se recusar a concedê-lo perdão por conta da insurreição
Em 6 de janeiro, apoiadores de Donald Trump, entre eles muitos adeptos do QAnon, invadiram o Congresso dos EUA para protestar contra a certificação dos votos no democrata Joe Biden no Colégio Eleitoral.
Relembre:
Inflamados por Trump, apoiadores invadem Congresso dos EUA
Quatro morrem e 52 são presos durante a invasão ao Capitólio
O advogado de Jacob Anthony Angeli Chansley, que tem como pseudônimo Jake Angeli, um dos invasores do Capitólio dos EUA em 6 de janeiro, afirmou que o seu cliente está disponível para testemunhar no julgamento de impeachment do ex-presidente Donald Trump, que começa em 8 de fevereiro no Senado.
O advogado Albert Watkins explicou que seu cliente foi anteriormente “terrivelmente apaixonado” por Trump, mas agora se sente decepcionado após a recusa de Trump em conceder perdão a Chansley e outros que participaram da insurreição. “Ele se sentiu traído pelo presidente“, comentou Watkins, citado pela agência Associated Press.
QAnon e Trump
Com o torso nu e usando um chapéu feito de pele e chifres, Jacob Chansley, do Arizona, EUA, foi uma das figuras que mais chamou a atenção da mídia durante a invasão do Capitólio, em Washington, EUA. Chansley se classifica como um “guerreiro espiritual” e “um soldado digital do QAnon“.
QAnon é um movimento e uma teoria da conspiração que alega que o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, está lutando contra um grupo liberal global de pedófilos satanistas, que inclui políticos, como Hillary Clinton, e o investidores, como George Soros, além de estrelas de Hollywood.
Chansley, que se autodenomina o xamã do QAnon e usa o pseudônimo de Jake Angeli, durante muito tempo foi uma presença constante nos comícios de Trump e afirmou às autoridades norte-americanas que foi ao Capitólio “a pedido do presidente para que todos os ‘patriotas’ viessem a Washington em 6 de janeiro”, segundo os registros judiciais citados pela mídia.
Chansley e pelo menos quatro outras pessoas estão enfrentando acusações federais decorrentes da insurreição de 6 de janeiro.
O advogado Albert Watkins disse que não falou ainda com nenhum membro do Senado, mas garantiu que é importante que os senadores ouçam a voz de alguém que foi incitado por Trump a participar da invasão do Capitólio.
Leia também: Filho de brasileiros envolvido no ataque ao Capitólio pode pegar 25 anos de prisão
Em 6 de janeiro, apoiadores de Trump, entre eles muitos adeptos do QAnon, invadiram o Congresso dos EUA para protestar contra a certificação dos votos no democrata Joe Biden no Colégio Eleitoral, que prevaleceu sobre o então presidente nas eleições de 3 de novembro. O episódio deixou cinco mortos e vários invasores foram detidos.