Morador de rua estava dormindo quando começou a receber socos e chutes na cabeça. "A vítima foi surpreendida e não houve qualquer chance de defesa", relatou o juiz ao pedir a prisão preventiva do lutador de jiu-jitsu
O lutador de jiu-jitsu João Antônio Vieira de Souza, de 40 anos, é acusado de ter espancado e matado um morador de rua, em Petrópolis, na região Serrana do Rio.
O crime aconteceu na madrugada do dia 19 de dezembro e foi flagrado por câmeras de segurança da região. As informações são do jornal Extra.
De acordo com as investigações da Delegacia de Petrópolis, a vítima, identificada como Alexsander Costa de Oliveira, estava drogada e alcoolizada e foi agredida até a morte após ter ameaçado a filha do lutador, Jeniffer de Souza, e uma amiga dela.
Segundo a polícia, após relatar as ameaças ao pai, o lutador e a filha foram juntos até o local onde o morador em situação de rua dormia e o surpreenderam. Enquanto a filha aguardava, o pai desferia socos e chutes na cabeça da vítima.
Na decisão da Justiça, o juiz Luis Claudio Rocha Rodrigues destacou que a vítima foi cruelmente esmurrada até a morte. “As agressões à vítima duraram cerca de 1 minuto, sendo relevante notar que a vítima foi surpreendida quando estava deitada no chão, não havendo qualquer chance de defesa, sendo atingido por golpes fatais em região letal”, relatou o juiz.
João Antônio é acusado de homicídio qualificado e está foragido. A filha dele, Jennifer, também é acusada de envolvimento no crime. No entanto, contra ela foram determinadas apenas o cumprimento de medidas cautelares, como comparecimento mensal em juízo para informar suas atividades, proibição de contato com as testemunhas do processo até prolação da sentença e proibição de se ausentar da Comarca sem prévia autorização judicial.
As ameaças feitas à filha do lutador e à amiga dela foram testemunhadas por um motorista de ônibus. Segundo o relatório da polícia, o motorista estava dentro do ônibus parado esperando o horário para sair e viu o homem aparentemente drogado ou bêbado ameaçando as jovens.
O motorista interveio e afastou o homem. Ele piscou o farol do ônibus para as jovens entrarem e aguardarem a partida do transporte.
O relatório disse ainda que “as ameaças proferidas por Alexsander eram totalmente inofensivas e desprovidas de seriedade, levadas a efeito em decorrência do uso abusivo do álcool” e destacou que o motorista do ônibus afastou o homem sem muito esforço. As investigações apontam ainda que o morador de rua não encostou fisicamente, nem praticou atos obscenos ou ameaçou praticar atos libidinosos com as vítimas.
Após ter acesso às câmeras de segurança, a polícia identificou que o agressor usava tênis vermelhos e um relógio laranja. Esses mesmo objetos foram encontrados na casa do lutador em cumprimento a um mandado de busca e apreensão.