Deputada dos EUA sugere intervenção no Brasil: "Crise de proporções épicas"
Deputada afirmou ainda que não adianta apenas enviar vacinas ao Brasil, porque Bolsonaro não faria a distribuição de forma igualitária
A maneira como o presidente da República, Jair Bolsonaro, conduziu a pandemia do coronavírus no país levou uma integrante do Partido Democrata dos Estados Unidos a sugerir a intervenção norte-americana no Brasil.
Pam Keith, que mora na Flórida e é militar, escreveu em sua conta no Twitter, no sábado (27): “Bolsonaro é um bruto corrupto, genocida, incompetente”. A democrata afirmou também que a situação da pandemia no Brasil é um problema sério e que os Estados Unidos deveriam liderar uma intervenção internacional. “A falta de liderança de Bolsonaro está criando uma crise de saúde e econômica, com um escândalo político de proporções épicas para completar“.
Ela disse ainda que não adianta apenas enviar vacinas ao Brasil, porque Bolsonaro não faria a distribuição de forma igualitária.
I cannot overstate how serious an issue the Brazil crisis is turning into.
Bolsonaro is a corrupt, genocidal, incompetent brute.
The downstream consequences of this could be horrific.
International intercession is needed, NOW! https://t.co/lTuk588KQE
— Pam Keith, Esq. (@PamKeithFL) March 28, 2021
I am repeating my warning that the COVID crisis in Brazil is a serious problem.
The lack of leadership from Bolsonaro is creating a health& economic crisis, topped off w/a political scandal of epic proportions
The U.S. needs to be proactive & lead an international intervention
— Pam Keith, Esq. (@PamKeithFL) March 27, 2021
I am repeating my warning that the COVID crisis in Brazil is a serious problem.
The lack of leadership from Bolsonaro is creating a health& economic crisis, topped off w/a political scandal of epic proportions
The U.S. needs to be proactive & lead an international intervention
— Pam Keith, Esq. (@PamKeithFL) March 27, 2021
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O youtuber Felipe Neto respondeu à deputada no domingo: “Por favor, faça essa mensagem chegar ao [presidente dos EUA] Joe Biden e à [vice-presidente] Kamala Harris. Nosso presidente está matando nossas pessoas desde o dia 1”.
Crítico ao governo Bolsonaro, o influenciador já teve um vídeo publicado no jornal norte-americano The New York Times, em que afirma: “Trump é ruim, mas Bolsonaro é pior”.
I have been tweeting about this Felipe.
Bolsonaro is a hot mess of corruption, greed, incompetence and callous disregard for the well being of his people.
I am asking @VP @POTUS @WHCOS @SecBlinken to engage an international coalition to assist Brazil now! https://t.co/rtqtjEyKaJ
— Pam Keith, Esq. (@PamKeithFL) March 28, 2021
Pandemia no Brasil
O aumento no número de mortes pela covid-19 no Brasil tem sido destaque no mundo todo. Nos Estados Unidos, o jornal The New York Times publicou uma reportagem sobre o colapso do sistema de saúde brasileiro.
Desde o início da pandemia, foram mortas pelo coronavírus no Brasil. O número de vítimas registradas por dia tem batido recordes, ficando acima de 3 mil pessoas.
Os Estados Unidos são o único país com mais mortos do que o Brasil em números absolutos: 562.063 vítimas. Mas o número de novos casos e novas mortes por dia vem em forte queda.
Bolsonaro minimizou a pandemia em diversos momentos. No início da pandemia, o presidente fez um pronunciamento em rede nacional afirmando que o coronavírus é uma “gripezinha” e pediu o fim do “confinamento em massa”.
Por causa das falas do presidente e da política de combate instaurada, o Brasil virou chacota internacional quando o assunto é a pandemia.
A fala “Se você virar um chi… virar um jacaré, é problema de você, pô”, no dia 17 de dezembro de 2020, ao comentar sobre possíveis efeitos colaterais da vacina da Pfizer, rodou o mundo e foi destaque em vários dos principais veículos de comunicação.
Ritmo lento de vacinação contra covid faz Saúde colapsar
Se os números excessivos de mortes chocam, impressiona também o crescimento lento dos números de pessoas vacinadas pelo país, indo de encontro a uma tradição brasileira de vacinar em larga escala devido ao alcance do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre novembro de 2020 e março deste ano, oito em cada dez pacientes com Covid-19 intubados em unidades de terapia intensiva (UTIs) do Brasil morreram, segundo dados do Ministério da Saúde compilados por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A taxa de mortalidade de pacientes internados no país, de 83,5%, é uma das maiores do mundo.
Especialistas dizem que a alta taxa de mortalidade é reflexo da ausência de profissionais treinados, além de problemas de gestão e justamente da longa espera por leitos nos hospitais, agravada pela escalada da doença.
Mudanças no Ministério da Saúde em meio à crise
Em paralelo a isso, o presidente já trocou quatro vezes o ministro da Saúde, em meio à pandemia causada pelo coronavírus.
O novo ministro da Saúde, o cardiologista Marcelo Queiroga, assumiu na semana passada depois da saída do general Eduardo Pazuello.
Sob o lema de que “um manda, o outro obedece”, em relação a Bolsonaro, o militar acatou as ordens do Planalto e recomendou “tratamento precoce” sem comprovação científica, não apoiou medidas de distanciamento social, atrasou a vacinação no país e foi omisso no colapso do sistema de saúde, principalmente em Manaus, onde pacientes morreram asfixiados pela falta de oxigênio medicinal.
A Procuradoria-Geral da República abriu uma investigação para apurar a negligência do Ministério da Saúde sob o comando de Pazuello. No Congresso, senadores pressionam para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Diante desse cenário, a permanência do general à frente da pasta se tornou insustentável. Agora com a adoção de um discurso pró-vacina, o Palácio do Planalto também avalia que a demissão de Pazuello pode estancar a perda de popularidade de Bolsonaro.
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