"Dor do celular": por que aparelho pode danificar pescoço e coluna"
Ao se abaixar para mexer no smartphone, a cabeça fica em um ângulo de 60 graus, o que faz com que o peso dela aumente, ocasionando também outros danos no pescoço e na coluna
A tecnologia é uma grande aliada da humanidade. O desenvolvimento de novas ferramentas e aparelhos é vital para que doenças sejam curadas, produtos sejam criados e a expansão da capacidade humana cresça ainda mais. Ao mesmo tempo, é preciso estar atento aos sinais dos tempos, especialmente sobre os impactos no corpo.
É natural que as pessoas passem cada vez mais tempo no celular. Os smatphones atuais carregam uma série de aplicativos e funcionalidades que nos tornam mais dependentes de suas funções. São mensagens, ligações, emails, fotos e, por vezes, jogos. Nas redes sociais encontramos nossos amigos e oportunidades de trabalho. É natural, portanto, que os celulares tenham um papel central em nossas vidas. Mas a maneira de usá-lo pode não ser a ideal.
Acompanhando o crescimento desse hábito, aumenta também a lista de desvantagens relacionadas ao uso do aparelho, como ‘pescoço tecnológico’, que é causado pela inclinação excessiva do pescoço para baixo. O problema pode levar à flacidez da região entre o queixo, dor no pescoço e gerar a famosa papada.
Ao abaixar para mexer no smartphone, a cabeça fica em um ângulo de 60 graus, o que faz com que ela fique bem mais pesada, ocasionando não só o pescoço tecnológico, mas outros danos no pescoço e na coluna. Esse é um problema que não é uma exclusividade do Brasil, mas que tem afetado e muito os brasileiros em um passado recente.
Além dos efeitos causados na estética, os problemas e dores na coluna associados ao uso excessivo de dispositivos móveis já são considerados uma epidemia global, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Enquanto a média mundial de dor crônica atinge 35% das pessoas, no Brasil os dados são mais preocupantes, já que esse número cresceu para 37%.
Por isso, especialistas têm discutido a melhor forma para conter os problemas causados pela “dor do celular“. O ideal é que o maxilar forme um ângulo de 90 graus com o pescoço. Ao invés de se abaixar para olhar o celular, levante o aparelho na altura de seu rosto.
Outra dica importante é o alongamento, de duas a três vezes por dia, com movimentos de alongamento para o pescoço. Levante a cabeça, olhando para o teto, e volte à posição de 90 graus. Repita o movimento por dez vezes.
É importante também fortalecer seus ombros, com pilates ou ioga. Eles são excelentes práticas para os ombros e a região da cervical. Músculos fortes são menos suscetíveis a problemas de postura e dores. Se puder, caminhe e faça atividades aeróbicas, com o intuito de melhorar a postura.
Outro conselho importante é tentar se desintoxicar do celular em alguns momentos. Aproveitar brechas na rotina e conversar com amigos e familiares. Ler um livro ou assistir um filme.
Para quem consegue fazer isso, ótimo. O ideal é evitar doenças mais sérias, como a escoliose. A escoliose é uma curvatura anormal da coluna, que pode afetar a região lombar, torácica ou as duas. Pode ser congênita, causada por alguma malformação da coluna; ou então por distúrbios neuromusculares (como distrofias e paralisia cerebral).
O tratamento da escoliose vai depender de cada caso. Podem ser usadas as órteses, coletes que corrigem a coluna, geralmente usados nas crianças; terapias como fisioterapia e RPG, que ajudam a fortalecer a musculatura e estabilizar a coluna e cirurgias, que são feitas em último caso, e são indicadas para crianças que têm uma evolução muito rápida e as vértebras passam a comprimir os pulmões e coração.