Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis usam morte de PM para incentivar motins
Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis estimulam a desordem nacional e pregam o caos nas polícias. Deputada que preside a CCJ chamou policial que atirou em colegas de ‘herói’, enquanto filho do presidente afirmou que o ‘sistema ditatorial vai mudar’
Congresso em Foco
Nas redes sociais, deputados bolsonaristas homenagearam o policial militar Wesley Soares Góes, que efetuou disparos no Farol da Barra, em Salvador, no último domingo, 29. Após um período de negociações de cerca de três horas e meia com o Bope (batalhão de operações especiais), o PM disparou contra os policiais e foi atingido com pelo menos dez tiros. Ele foi levado ao Hospital Geral do Estado, onde morreu.
O policial, que tinha o rosto pintado de verde e amarelo, afirmava durante o cerco que não iria “permitir que violem a dignidade e a honra de um trabalhador”, aparentemente se referindo às ações policiais para garantir o fechamento das atividades comerciais e a implantação das restrições estabelecidas no plano do governo para conter o avanço do novo coronavírus.
Os apoiadores mais ideológicos do presidente Jair Bolsonaro passaram a compartilhar nas redes sociais posts com vídeos da ação e homenagens ao policial, que chegou a ser chamado de “herói” pela deputada federal Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. “Soldado da PM da Bahia abatido por seus companheiros. Morreu porque se recusou a prender trabalhadores. Esse soldado é um herói”.
A deputada também chamou as medidas restritivas do estado de “ordens ilegais do governador Rui Costa”. Depois, ela apagou o tuíte.
O deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), disse que “aos vocacionados em combater o crime, prender trabalhador é a maior punição”. “Esse sistema ditatorial vai mudar. Estão brincando de democracia achando que o povo é otário. Que Deus conforte os familiares do PM-BA”, postou.
Deputados federais reagiram às postagens de Bia Kicis e de Eduardo Bolsonaro. Doutor em Direito Penal afirma que a presidente da CCJ cometeu crime:
É crime militar a reunião de militares agindo para descumprir ordens recebidas de superior; se armados, os líderes podem ser punidos com até 23 anos e 4 meses de prisão (art. 169, I e p. u. do CP Militar).
— DTangerino DPenal (@DTangerinoPenal) March 29, 2021
É espantoso que a Presidente da CCJ estimule a aplauda sublevação da polícia, minando o federalismo, agudizando a pandemia. Se não é quebra de decoro, nada mais será.
— DTangerino DPenal (@DTangerinoPenal) March 29, 2021
Dramático e triste o fato ocorrido na Bahia, que resultou na morte de policial militar.
Inexplicável a postura da presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, dep. Bia Kicis, que, na prática, estimula insurreição da PM contra o governador. https://t.co/Vut4z5dGhy
— Orlando Silva (@orlandosilva) March 29, 2021
Bia Kicis Pres da CCJ da Camara,prega motim de PMs em Salvador.Após um PM da Bahia ter surtado e passado a atirar colocando em risco de vida centenas de pessoas,foi contido pela própria PM e morreu.Está deputada delinquente bolsonarista precisa ser expulsa da Comissão.Criminosa!
— Ivan Valente (@IvanValente) March 29, 2021