Empresários ricos da vacinação clandestina podem ter tomado imunizante falso
Empresários ricos flagrados em imunização clandestina em MG podem ter tomado vacina falsa, aponta investigação da PF
A PF (Polícia Federal) suspeita que o grupo de empresários e políticos mineiros vacinados clandestinamente possa ter recebido um imunizante falsificado.
Os agente federais encontraram um soro no endereço de uma enfermeira ligada ao episódio durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, nesta terça-feira (30). As informações são da coluna Painel, do jornal Folha de São Paulo.
A profissional de saúde, segundo a publicação, foi levada pelos policiais federais e deve ser presa em flagrante. O soro apreendido será encaminhado à Perícia Criminal para análise.
A enfermeira, ainda de acordo com o jornal, é a mesma mulher que aparece em um dos vídeos gravados por um vizinho da garagem onde os empresários e políticos supostamente foram imunizados.
Cada um do grupo teria pago R$ 600 por dose para ser vacinado contra a Covid-19, furando a fila de prioridades estabelecida pelo PNI (Programa de Imunização Nacional).
Relembre o caso
O grupo é composto por 50 pessoas, entre políticos e empresários, a maioria ligada ao setor de transporte de Minas Gerais, além de seus familiares.
Uma parte da aplicação do imunizante ocorreu em Belo Horizonte, em uma garagem de uma empresa do grupo Saritur, improvisada como posto de vacinação. Já outra parte teria sido imunizada em uma instalação pertencente a uma mineradora.
Segundo pessoas que se vacinaram na ocasião, os organizadores foram os irmãos Rômulo e Robson Lessa, empresários e ex-sócios da viação Saritur. A família Lessa é conhecida no ramo de transportes em Minas Gerais e está à frente de um dos maiores conglomerados do setor.
Entre os vacinados também está Clésio Andrade, ex-senador e ex-vice governador na gestão Aécio Neves (PSDB). Ele também é ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte. Clésio justificou que tomaria a vacina pelo SUS na próxima semana, mas foi convidado a se juntar ao grupo e não teve de pagar.