“Você tem que ver eu me formar”. Estudante mostrou troca de mensagens dramática antes da mãe morrer vítima de Covid-19. A mulher de apenas 42 anos disse que precisava de um leito de UTI, mas não havia vaga. Ela deixa três filhas
A estudante universitária Giulia, 23, do Rio Grande do Sul, publicou um desabafo comovente a respeito das últimas mensagens que trocou com a mãe. A mulher não resistiu às complicações da Covid e morreu aos 42 anos.
Na conversa que aconteceu pelo WhatsApp, a mãe de Giulia relatou que precisava de um leito de UTI, mas que não havia vagas. A filha, do outro lado, tentava encorajar a mãe.
“Mãe, tô torcendo por ti. Eu te amo muito”, escreveu Giulia. A mulher respondeu: “Eu vou para a UTI. Só não tem vaga… em lugar nenhum”. Giulia continuou: “Tu tem que ser firme. Tem que ver eu me formar. Eu te amo”.
Ao divulgar no Twitter a imagem com a troca de mensagens, Giulia lamentou e fez um alerta. “Essa foi a última mensagem que tive da minha mãe. Ela faleceu hoje por covid-19 e tinha só 42 anos, deixando três filhas (uma de 8 anos) pra trás. Ela nunca vai ver eu me formar… Usem máscara, não saiam se não for necessário, por favor”.
“Ela não era a mãe mais amorosa do mundo, mas ainda assim, era a minha mãe e eu amava ela. A forma de dar amor dela, era ser provedora, e ajudar os outros. Eu escolhi o caixão mais bonito que tinha pra ela e espero que ninguém mais tenha que passar por essa dor tão cedo na vida”, contou Giulia.
“Uma das piores partes é que ninguém pode/quer vir me ver e dar um abraço por causa do covid-19… vocês não tem noção de como é solitário”, concluiu a jovem de 23 anos.
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Recorde de mortes
À beira de um colapso no sistema de saúde, o Rio Grande do Sul registrou nesta terça-feira (2) o maior balanço diário de mortes causadas pela covid-19, com 185 óbitos confirmados nas últimas 24 horas, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde. O recorde anterior era de 144 mortes, alcançado em 29 de dezembro de 2020.
O Rio Grande do Sul está muito perto de não ter mais leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratar novos pacientes — sejam de covid-19, sejam de quaisquer outras doenças.
A taxa de ocupação geral está em 99,8%, de acordo com o sistema de monitoramento do governo estadual, com 2.821 dos 2.827 leitos disponíveis já sendo utilizados.
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