Estudo realizado pela USP e Unicamp indica que a nova variante brasileira do SARS-CoV-2 pode escapar do sistema imunológico das pessoas que já tiveram a doença e das que já foram vacinadas. As informações foram publicadas na revista científica The Lancet
Pesquisadores da USP e Unicamp, no Brasil, e da Universidade de Oxford, no Reino Unido, publicaram na segunda-feira (1º), na revista científica The Lancet, um estudo preliminar que indica que a variante brasileira do SARS-CoV-2 pode escapar dos sistema imunológico das pessoas que já tiveram covid-19 e das que já foram vacinadas pela CoronaVac.
Os cientistas isolaram o vírus P.1, como é chamado a mutação que surgiu no Amazonas e está sendo chamada na pesquisa de variante do Brasil, e da cepa tipo B, mais comum no Brasil. O
s dois foram testados em plasmas de pessoas que tinham sido infectadas com a covid-19 ou que já tinham recebido a segunda dose dos imunizantes produzidos pelo Instituto Butantan, em São Paulo, há mais de cinco meses, para verificar se a variante seria neutralizada.
O plasma imune de doadores de sangue curados da covid-19 tinha seis vezes menos capacidade de combater a linhagem P.1 do que a linhagem B. Além disso, cinco meses após a imunização de reforço com CoronaVac, o plasma de indivíduos vacinados não conseguiu neutralizar a mutação brasileira com eficiência.
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Outro estudo que também está na fase preliminar e que mais uma vez foi feito por pesquisadores brasileiros e britânicos mostrou que a cepa P.1 tem uma probabilidade de 25% a 61% maior de escapar da imunidade desenvolvida a partir de uma contaminação prévia, além de ser de 1,4 a 2,2 vezes mais transmissível do que as anteriores, aumentando em dez vezes a carga viral nas células do doente.
As duas pesquisas ainda serão avaliadas por outros cientistas – a chamada revisão por pares.
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