Preocupado com a perda de popularidade e com a eleição de 2022, Bolsonaro conta com a ajuda dos filhos para apagar da memória do povo brasileiro a imagem de um presidente que menosprezou a pandemia e que não priorizou a vacinação
Não é de hoje que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) confronta as medidas de proteção contra a Covid-19, em especial a política de isolamento da população. As falas e atitudes negacionistas do atual mandatário remetem ao início da pandemia, no começo de 2020.
Bolsonaro já usou as palavras histeria e fantasia para classificar a reação da população e da imprensa à pandemia. Dias atrás, por exemplo, afirmou: “Nós temos que enfrentar os nossos problemas, chega de frescura e de mimimi. Vão ficar chorando até quando?”.
O presidente também distribuiu remédios ineficazes contra a doença, incentivou aglomerações, atuou contra a compra de vacinas, espalhou informações falsas sobre a Covid-19 e fez campanhas de desobediência a medidas de proteção, como o uso de máscaras.
Agora, porém, diante do pior momento da pandemia, com mais de 270 mil mortos no país, e da entrada do ex-presidente Lula como seu provável adversário na disputa pela Presidência em 2022, Bolsonaro tem ensaiado uma adaptação do discurso e uma reconstrução de sua narrativa sobre o tema.
A avaliação do entorno presidencial é que, devido ao recrudescimento da pandemia, o governo precisa abraçar o “Plano Vacina” e tentar se descolar do rótulo de negacionista — imagem conquistada por Bolsonaro após diversas declarações questionando imunizantes e o isolamento social e defendendo tratamentos ineficazes para a doença.
“Plano Vacina” é como aliados de Bolsonaro apelidaram uma ofensiva deflagrada para tentar estancar a perda de popularidade do mandatário.
Apesar de não ter abandonado a defesa de medicamentos sem eficácia e as críticas a prefeitos e governadores pelas medidas restritivas, o presidente incorporou um personagem que tem a vacina como prioridade, deixando para trás a campanha anti-imunização que protagonizava até recentemente.
Bolsonaro tem contado com a ajuda dos filhos para tentar apagar da memória do povo brasileiro a imagem de um presidente que menosprezou a pandemia e que não priorizou a vacinação.
Nas redes sociais, Carlos Bolsonaro disse nesta quarta-feira (10) que seu pai nunca foi contra a vacina. Flávio Bolsonaro, por sua vez, pediu que os seus seguidores viralizam uma imagem do presidente com a seguinte legenda: ‘a melhor arma é a vacina’.
Vídeos e imagens desmentem a família presidencial:
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