VÍDEO: Guarda municipal armado surta dentro de UPA após pessoas pedirem pelo uso de máscara. Enfermeiras fizeram barricada para salvar pacientes da fúria do homem
Um guarda civil municipal fardado que aguardava atendimento junto a dezenas de pacientes em uma UPA de Praia Grande, litoral de São Paulo, se irritou ao exigirem que ele colocasse de forma correta a máscara facial de proteção contra a covid-19.
Questionado por seu comportamento, o guarda passou a agredir e ameaçar pacientes com uma arma em punho, obrigando enfermeiros a criarem barricadas para proteger as pessoas. As informações são do G1 e do UOL.
A estudante Jaqueline Bispo dos Santos, de 19 anos, estava com a mãe, que aguardava atendimento, na unidade de saúde quando o guarda chegou, acompanhado de outros dois colegas, também fardados. “Escutei eles conversando, parece que o cara com a máscara no queixo estava com pressão alta. Ele já chegou de cara feia”, conta a jovem.
Num dado momento, incomodados com a postura do guarda, os munícipes que esperavam por atendimento começaram a criticar e pedir para que ele colocasse a máscara apropriadamente. Mas o servidor não parecia disposto a ouvi-los. Uma paciente, que estava na fila, pedia que ele desse o exemplo aos demais, mas foi respondida com xingamentos. Ela insistiu, até que foi agredida pelo guarda.
“A moça caiu no chão, foi horrível. Os funcionários correram para socorrer e aí teve gente que se levantou e começou a gritar para ele parar com aquilo, para ele sair”, conta Jaqueline.
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“Eu já estava falando para minha mãe para a gente ir embora, quando ele saiu mesmo. Ficou lá na calçada com os colegas. Mas não durou muito tempo.”
Minutos depois, o guarda municipal, já completamente fora de si, invadiu o saguão da unidade com a arma em punho e gritando que iria resolver a situação do jeito dele. “Daí todo mundo começou a correr e gritar. Sorte que eu e a minha mãe conseguimos sair correndo. Mas teve gente que ficou presa lá dentro”.
Aterrorizados, os enfermeiros e a equipe técnica da unidade formaram barricadas para proteger os pacientes que aguardavam dentro das salas de atendimento. Móveis foram usados para bloquear portas.
Algumas pessoas, desesperadas, acabaram espremendo-se por pequenas janelas no ambulatório e nos consultórios para escapar, resultando em avarias. Equipamentos também foram danificados por conta do terror que tomou conta dos pacientes.
Outro lado
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais da Estância Balneária de Praia Grande, Adriano Lopes, o Pixoxó, informou que o servidor está sendo acompanhado de perto, tendo sido encaminhado a um médico do trabalho.
O guarda municipal teria ainda enviado a Pixoxó, no dia seguinte à ocorrência, uma mensagem se desculpando: “Desculpe, meu amigo, a confusão que eu causei, não lembro do que eu fiz no UPA! Tenho até vergonha de ver as matérias!”.
“Os guardas estão no limite, trabalhando já em completo esgotamento”, afirmou o sindicalista. “O guarda que se envolveu nessa confusão tem 21 anos de GCM. Uma pessoa super educada, gentil. Isso aí foi uma fatalidade”, acrescentou.
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