“Participo de um grupo de soldados que estão preparados para fazer a mesma coisa que eu”. Em depoimento, jovem afirmou que planejou assassinato de gamer há duas semanas e que o motivo do crime está descrito em seu livro. Guilherme não demonstrou nenhum remorso pela morte de Ingrid
A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia contra Guilherme Alves Costa, de 18 anos, por matar a gamer Ingrid Oliveira Bueno da Silva, de 19 anos, e postar um vídeo do crime na internet.
Os dois se conheceram em um fórum sobre jogos. A jovem era uma gamer conhecida, que usava o apelido “Sol” e gostava de se vestir de acordo com os perfis que criava para os jogos. Ela jogava Call of Duty: Mobile pelo time FBI E-Sports. O assassino confesso também era gamer, mas atuava em uma equipe rival, Gamers Elite.
Guilherme matou Ingrid com golpes de espada e faca. “Foi um crime bárbaro, extremamente cruel, ele utilizou de muitos elementos de crueldade. Ele quase degolou o pescoço da vítima”, diz o promotor Fernando Cesar Bolque.
A promotoria pediu um laudo de insanidade mental. Guilherme demonstrou muita frieza ao falar sobre o crime e disse que foi motivado por um plano de massacre de inocentes.
Para o promotor, o jovem pode ter algum tipo de psicopatia, mas não merece tratamento especial. Ele acredita haver um desvio de personalidade e não uma doença psicológica.
Ao prestar depoimento no 87º Distrito Policial, Guilherme disse que planejou o assassinato há duas semanas e que o motivo dele ter cometido o crime estaria em seu livro.
“Participo de um grupo de soldados que estão preparados para fazer a mesma coisa que eu efetuei. Eu não sou o líder do meu grupo, sou apenas um soldado que cumpriu uma missão que lhe foi designada. O meu exército é totalmente sigiloso”, diz trecho do depoimento.
A professora da Universidade Federal do Ceará e blogueira feminista Lola Aronovich recebeu um e-mail de Guilherme. Na mensagem, que fala em ódio às mulheres, o criminoso tenta justificar o assassinato de Ingrid.
A professora tem recebido reiteradas ameaças desde então. “O Guilherme deve frequentar esse ambiente muito tóxico e violento em que eu sou citada sempre como alvo e com promessas de que vão me matar. Em geral não é pessoal. Eles nem me conhecem, mas por eu ser talvez a única feminista que eles conheçam, porque eles são bem ignorantes, bem limitados, então eles me ameaçam.”, afirmou.
Em um vídeo que circula pelas redes sociais, é possível ver o momento em que policias prendem Guilherme. No momento que era algemado, o jovem admitiu que matou Sol. Ele ainda disse, dando risadas, que seu estado mental estava apto e que a matou “porque queria fazer isso”.
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