Redação Pragmatismo
Lula 09/Mar/2021 às 10:31 COMENTÁRIOS
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Imprensa internacional destaca anulação das condenações de Lula

Publicado em 09 Mar, 2021 às 10h31

Anulação das condenações de Lula ganha destaque na imprensa internacional. Para o norte-americano ‘The New York Times’, habeas corpus tem “potencial para remodelar o futuro político do Brasil”. Francês ‘Le Monde’ diz que notícia “é como uma bomba no país”

Imprensa internacional anulação condenações de Lula

RBA

Alguns dos jornais mais importantes do mundo destacaram, nesta segunda-feira (8), a decisão do ministro Edson Fachin de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no âmbito da operação Lava Jato.

Segundo o The New York Times, a concessão do habeas corpus que devolve a Lula o direito de buscar a presidência novamente é “uma decisão com potencial para remodelar o futuro político do Brasil”. O diário novaiorquino destaca que o petista é “um acirrado líder de esquerda que liderou o Brasil de 2003 a 2010 e foi o favorito na disputa presidencial de 2018 que acabou sendo vencida por Jair Bolsonaro”.

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Em editorial assinado por Manuel Carvalho, intitulado “O significado da absolvição de Lula”, o diário português Público destaca que, após virem a público as escutas da Vaza Jato, “ficou claro e cristalino que o ex-presidente foi alvo de uma pérfida conspiração da Justiça para o afastar das eleições presidenciais que culminaram com a eleição de Jair Bolsonaro”. Segundo o texto, “o caso de Lula interessa a todos os que, sendo de direita ou de esquerda, sendo defensores ou críticos do ‘lulopetismo’, acreditam que a igualdade dos cidadãos perante a lei é o esteio básico das sociedades democráticas”.

Para o britânico The Guardian, Lula “pode ter uma tentativa de retorno sensacional depois que um juiz da Suprema Corte anulou uma série de condenações criminais contra o ícone esquerdista e restaurou seus direitos políticos”.

“Como uma bomba”

O italiano Corriere della Sera ressalta que, com a sentença de Lula anulada, “agora ele pode se candidatar novamente”.

O francês Le Monde afirma que a decisão de Edson Fachin “é como uma bomba no país”, porque “torna o ex-presidente potencialmente elegível para enfrentar Jair Bolsonaro na eleição presidencial de 2022”. Citando post da deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) no Twitter, o jornal observa ainda que, apesar da decisão, os dirigentes do partido adotaram cautela ante o fato. “Estamos aguardando a análise jurídica da decisão do ministro Fachin, que reconheceu com cinco anos de atraso, que Sergio Moro nunca poderia ter julgado Lula”, escreveu a parlamentar.

A postagem foi citada integralmente pelo jornal.

Los hermanos

Na Argentina, também o conservador La Nación observou que, preso em 2018, Lula foi impedido de concorrer nas eleições daquele ano, foi libertado da prisão no final de 2019 e não pôde se candidatar às eleições devido à sua ficha criminal. “O carismático ex-dirigente sindical é uma figura que divide os brasileiros, mas continua muito popular entre amplos setores pobres do país”, diz o jornal.

Do campo progressista, outro argentino, o Página12, considera que a notícia “abalou o mundo político em Brasília na tarde desta segunda-feira, já que, em hipótese, o líder do Partido dos Trabalhadores poderia concorrer nas eleições presidenciais de 2022 contra o atual presidente de extrema direita Jair Bolsonaro”. O periódico anotou ainda que Edson Fachin é “sabidamente alinhado com as denúncias e processos promovidos pela operação Lava Jato”.

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