Jovem era mantido em cárcere privado pela família e foi encontrado em condições desumanas. No quarto onde era mantido trancado havia comida espalhada pelo chão, uma bacia com urina e uma garrafa de água vazia
Na tarde deste domingo, 28, a Polícia Militar resgatou um jovem de 23 anos que vivia em cárcere privado pela família, na Zona Leste de São Paulo.
Os policiais foram ao local após uma denúncia anônima. Os vizinhos confirmaram que havia um rapaz com as características descritas, e que ele teria uma deficiência intelectual. No momento, a madrasta estava na casa.
Segundo o relato da PM, ele foi encontrado deitado em sua cama, muito debilitado, magro e aparentava ter sofrido maus tratos.
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O quarto era totalmente insalubre, sem ventilação ou iluminação. Havia comida espalhada pelo chão, uma bacia com urina e uma garrafa de água vazia.
De acordo com a soldado Caroline Twardoski Lira, que atendeu a ocorrência junto com o cabo Ronaldo Barbosa, assim que abriram porta do quarto, que tinha uma corrente e cadeado, o jovem foi encontrado deitado na cama em um colchão sujo, debilitado e com aparência de maus tratos.
“Quando abrimos a porta, que estava com a corrente e cadeado, porém destrancados, a primeira coisa que ele disse foi ‘me dê um copo de água, por favor’”, relatou a soldado Caroline.
Ainda segundo relato da policial militar, o jovem saiu do quarto correndo para pegar algo para comer na cozinha. “Ele ia pegar um pacote de bolacha, mas ficou com medo da madrasta brigar. Dissemos a ele que poderia comer”, contou a soldado.
Ainda não se sabe por quanto tempo o jovem permaneceu em cárcere privado. A madrasta diz que a corrente era usada porque o jovem havia quebrado três portas. Sobre a ração humana, a mulher alegou ser salgadinho. Já sobre a urina, ela confirmou que ele usava a bacia para necessidades fisiológicas. Ela recebeu voz de prisão em flagrante e o pai, que estava trabalhando, foi preso assim que compareceu ao 63º DP (Vila Jacuí). Ambos foram detidos por maus-tratos e cárcere privado.
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O rapaz recebeu atendimento e encaminhado para tratamento médico no Hospital Municipal Professor Dr. Waldomiro de Paula, em Itaquera (zona leste). De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o rapaz está bem e seu estado de saúde é estável. Entretanto, não há previsão de alta médica. Ainda segundo a pasta, o serviço de assistência social foi acionado para acompanhar o caso.
Como denunciar?
Como nos casos de racismo, homofobia e outras violações de direitos humanos, qualquer cidadão pode fazer uma denúncia anônima sobre casos violência infantil pelo Disque 100.
A denúncia será analisada e encaminhada aos órgãos de proteção, defesa e responsabilização em direitos humanos, respeitando as competências de cada órgão.
com informações do Uol
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