Ministro Lewandowski diz que Moro e Lava Jato trataram Lula “pior que animal levado ao matadouro”
Carlos Holanda, OPovo
O ministro Ricardo Lewandoski inclinou o voto na direção de apontar a suspeição do ex-juiz Sergio Moro na condução de processos envolvendo o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em um dos trechos da leitura do voto, ele disse, referindo-se à condução coercitiva do petista: “Nem animais para o matadouro se leva da forma como foi levado um ex-presidente da República”.
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E emendou: “(Lula) Só não foi embarcado num pequeno avião em direção a Curitiba porque outras forças intervieram.”
O placar da votação na Segunda Turma do STF é de 2×2: Edson Fachin e Carmén Lúcia votam para que Moro não seja considerado suspeito.
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Já Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski direcionaram os argumentos no sentido de que Moro seja tido como suspeito. Kássio Nunes Marques deve desempatar. Ele pediu vistas – mais tempo para analisar o processo.
É possível ainda que Carmén Lúcia reveja voto. Se isso ocorrer, o voto de Nunes Marques passa a não ser decisivo.
“O ex-juiz extrapolou a mais não poder os limites das função jurisdicional da qual estava investido, neutra e imparcial por definição, ao assumir o papel de verdadeiro coordenador dos órgãos de investigação e acusação, em paralelo às funções de julgador“, adicionou Lewandowski no voto.
“Em outras palavras“, ele continuou, “ficou patenteado o abuso de poder.”
Lewandowski também reconheceu que as mensagens veiculadas pelo The Intercept Brasil na série de reportagens intitulada Vaza Jato são fidedignas.
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