Vítima de violência doméstica pede socorro a bancário e é resgatada. Como só é permitida a entrada de uma pessoa por vez por conta da pandemia, mulher foi ao caixa sozinha, enquanto marido aguardava do lado de fora
Uma mulher de 27 anos vítima de violência doméstica pediu ajuda a um funcionário de um banco em um papel de extrato bancário em uma agência de Sobradinho, no Distrito Federal.
A vítima e o companheiro foram a uma agência bancária para sacar o bolsa-família. O funcionário conta que estava no caixa e se surpreendeu quando recebeu o papel entregue pela mulher.
“Eu levei um susto na hora, li o que estava escrito e decidi manter a calma para saber o que podia fazer”, disse.
Na mensagem, a jovem escreveu: “Você pode me ajudar? Ele está aí fora”. A frase veio acompanhada por um “Xis”, símbolo que alerta para a violência doméstica.
O servidor pediu para que a mulher anotasse as informações em um outro papel, contendo os dados pessoais. No novo bilhete, ela colocou o seu endereço residencial.
“Se os policiais baterem, ele não vai atender. É para os policiais insistirem, pois ele vai fingir que não está em casa. Não posso passar telefone. Ele pode atender”, finalizou a vítima, na mensagem.
Devido à pandemia, apenas uma pessoa pode entrar na agência. O servidor do banco conta que o homem estava do lado de fora da agência, esperando pela mulher.
“O celular dela não parava de tocar. Na linha, uma pessoa perguntava se ela já tinha sido atendida, provavelmente era ele. E ela estava muito nervosa e assustada”, detalhou.
Depois da denúncia, policiais militares do grupo de Prevenção Orientada à Violência Doméstica e Familiar (Provid) chegaram ao endereço da vítima e foram informados sobre uma suposta situação de cárcere privado.
A equipe, a princípio, não encontrou nem a mulher e nem o marido na residência. Em uma segunda tentativa, os militares conseguiram resgatar a jovem e os dois filhos dela, de 1 e 5 anos.
A mulher e os dois filhos foram conduzidos à Casa Abrigo, local que cuida de mulheres em situação de violência sob grave risco de vida.
Até a publicação deste texto, o homem permanece foragido.
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