Mortalidade por Covid é 10 vezes mais alta em países onde a maioria dos adultos é obesa, aponta estudo. No Brasil, a obesidade é a terceira comorbidade entre as pessoas com menos de 60 anos que morreram
O risco de morte pela Covid-19 é mais de 10 vezes maior em países onde a maioria da população adulta está acima do peso, segundo um relatório divulgado na quarta-feira (3) pelo Fórum Mundial de Obesidade.
Os pesquisadores do Fórum examinaram dados de mortalidade compilados pela Universidade Johns Hopkins (JHU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Eles descobriram que, das 2,5 milhões de mortes pela Covid-19 relatadas até o final de fevereiro, 2,2 milhões ocorreram em países onde mais da metade da população está acima do peso.
Países em que menos de 40% da população estava acima do peso tinham uma taxa de mortalidade de Covid-19 de 10 pessoas por 100.000. Já nos países onde mais de 50% da população estava acima do peso, a taxa de mortalidade de Covid-19 era muito mais alta – mais de 100 por 100.000.
Leia também: Homem com 300 quilos morre após esperar vaga em UTI em colchão no chão
A conclusão da pesquisa é que a taxa de mortalidade da Covid-19 aumentava junto com a prevalência de obesidade nos países, mesmo após o ajuste por idade e riqueza nacional.
Por isso, o Fórum Mundial de Obesidade sugere priorizar as pessoas obesas nas campanhas de vacinação contra a Covid-19.
Os pesquisadores também ressaltam que o excesso de peso pode piorar outros problemas de saúde e infecções virais, como o H1N1, gripe e síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS).
No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, a obesidade é a terceira comorbidade entre as pessoas com menos de 60 anos que morreram de Covid-19, atrás de cardiopatia e diabetes.
Brasil: obesidade em 1 a cada 4
O percentual da população brasileira com mais de 20 anos considerada obesa mais que dobrou entre 2003 e 2019, de acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2019, 26,8% dos brasileiros nesta faixa etária eram considerados obesos, enquanto o percentual era de 12,2% há 16 anos.
No mesmo período, a prevalência da obesidade feminina passou de 14,5% para 30,2%, enquanto a masculina subiu de 9,6% para 22,8%.
Considerando a série histórica, segundo o IBGE, entre 2014 e 2015, 20,8% dos brasileiros estavam obesos.
Já no período entre 2018 a 2020, o número passou para 25,7%. Ou seja, 1 a cada 5 pessoas estavam com IMC acima de 30 e, agora, a proporção é de 1 a cada 4 pessoas.
Saiba mais:
É preciso ‘taxar’ alimentos ultraprocessados no Brasil
A lista dos países com pessoas mais obesas e mais magras do mundo
Maconha pode ser usada no tratamento da obesidade, descobrem pesquisadores
A pesquisa atual aponta que, em relação ao gênero, 29,5% das mulheres e 21,8% dos homens foram classificados como obesos no ano passado. A obesidade foi verificada em 6,7% dos adolescentes: 8% no sexo feminino e 5,4% no sexo masculino.
Cálculo baseado no IMC
A classificação do IBGE teve como base o IMC ou Índice de Massa Corpórea dos entrevistados, no qual o peso em quilos é calculado em razão da altura em metros.
Por exemplo, uma pessoa de 1,70 metro pesando 70 kg faria a seguinte conta para chegar ao seu IMC: 70 dividido por 1,70 = 41,17, e depois dividiria este número de novo por 1,70 e chegaria ao IMC 24,22.
Os IMCs entre 25 e 29,9 são considerados indicadores de sobrepeso, enquanto valores entre 30 e 39,9 de obesidade e, acima de 40, obesidade grave.
via Bem Estar
Siga-nos no Instagram | Twitter | Facebook