Políticos, famosos, juristas e empresários repercutem pronunciamento de Lula
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento e concedeu entrevista coletiva, nesta quarta-feira (10), e seu discurso foi elogiado nas redes sociais por jornalistas e diversas personalidade políticas. As falas do petista em defesa da ciência e de medidas sanitárias e de uma nova política econômica tiveram boa repercussão.
Por quase duas horas e meia, no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, o presidente falou sobre a necessidade de se empreender uma vacinação em massa contra a covid-19, classificou o governo de Jair Bolsonaro de “desgoverno” e celebrou a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou todos os processos contra o ex-presidente, por fazer “prevalecer a verdade”.
O jornalista do UOL Kennedy Alencar afirma que o pronunciamento derruba as simetrias feitas com Bolsonaro. “Quem gosta de comparar Lula a Bolsonaro tá com uma oportunidade de ouro para ressignificar a sua opinião a respeito da bobagem que diz. Lula faz discurso de estadista e de candidato a presidente que vai dar trabalho para derrubar. Até agora, impecável e com todos os recados”, disse, em seu perfil no Twitter.
O jurista e especialista em Saúde Pública Daniel Dourado acrescentou: “Lula é um gênio da política e o maior líder do Brasil. Não há como negar”.
Ao se solidarizar aos familiares dos mortos pela covid-19, na contramão do presidente Bolsonaro, Lula viu seu discurso ser defendido por opositores políticos. O deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), ex-presidente da Câmara dos Deputados, disse que não precisa ser um apoiador de Lula para entender a diferença dele para o atual presidente.
“Um tem visão de país; o outro só enxerga o próprio umbigo. Um defende a vacina, a ciência e o SUS; o outro defende a cloroquina. Um fundou um partido e disputou quatro eleições; o outro é um acidente da história. Tenho grandes diferenças com o Lula principalmente na economia, mas não precisa ser petista fanático para reconhecer a diferença entre o ex-presidente e o atual”, defendeu Maia.
“É sobre humanidade. Que diferença abismal meu Deus. Já tivemos um presidente que vivem a vida como um ser humano que sente empatia”, tuitou o professor e ativista da Coalizão Negra por Direitos Douglas Belchior.
O empreendedor social, comunicador independente e ativista negro Raull Santiago classificou a fala de Lula como “arrebatadora e lúcida, em meio a tanta injustiça vivida”. O elogio foi endossado pelo teólogo da PUC-RJ, ativista e escritor Ronilson Pacheco. “Concorde, discorde, aceite, critique. Mas Obama estava certo. Esse é o maior político da Terra. Leva a mal não”, tuitou.
Em outro momento, Lula falou sobre sua relação com líderes internacionais, como o Papa Francisco, o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica, o atual presidente de Argentina, Alberto Fernandez, e até a budista Monja Cohen. O professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Oliver Stuenkel destacou outra diferença do ex-presidente com o atual. “Lula agradece a inúmeros líderes mundiais ao redor do mundo pela solidariedade. É para marcar contraste com Bolsonaro, que praticamente não tem aliados no exterior”, explicou.
A entrevista coletiva também foi classificada como “histórica”. Além de ser marcada pela primeira fala do presidente após anulação de suas condenações, o pronunciamento foi destacado por abordar a crise econômica, o aumento do desemprego e ausência de políticas sociais na atual gestão.
O advogado Augusto de Arruda Botelho disse que “não tem como não achar o excelente discurso do Lula um fato histórico e importante para o país”.
O megainvestidor Mark Mobius, da Mobius Capital, comentou o retorno de Lula ao jogo político. “Não acho que o retorno do Lula será necessariamente ruim para o mercado brasileiro. Considerei estranha a primeira reação do mercado à decisão do STF, considerando que Lula liderou o país em alguns dos momentos mais felizes, com grande popularidade”.
Houve ainda quem condenasse o discurso de Lula. “Está na hora do Brasil reagir. Está na hora do presidente, como chefe supremo das Forças Armadas, ir lá no artigo 142 da Constituição e convocar as Forças Armadas para aposentar esses 11 ministros e se nomeia 11 juízes de carreira, que não têm compromisso com partido político e nenhum grupo ideológico. Se não, eles vão levar o Brasil a uma revolução”, afirmou Roberto Jefferson, corrupto confesso.
Confira a repercussão:
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