Professora de educação física e de pilates morre aos 35 anos vítima de Covid-19. Lidiane Seba não tinha doenças preexistentes e estava fora do grupo de risco. Ela deixa o marido e um filho de oito anos. Pesquisadores alertam que a nova cepa do coronavírus atinge de maneira grave jovens e pessoas saudáveis
A professora de educação física e instrutora de pilates, Lidiane Seba, morreu nesta terça-feira (2) em decorrência da Covid-19 em Cuiabá (MT). A mulher de 35 anos era atleta, não tinha doenças preexistentes e estava fora do chamado ‘grupo de risco’.
Segundo o Conselho Regional de Educação Física da 17ª Região (CREF17/MT), Lidiane morreu em um hospital particular da capital depois de ficar intubada por sete dias. Ela deixa o marido e um filho de oito anos.
“É com muito pesar que o Conselho Regional de Educação Física da 17ª Região vem externar seus mais profundos sentimentos de condolências e respeito à família, colegas e amigos da professora de educação física Lidiane Seba”, lamentou o presidente do Conselho, Edson Manfrin, em um comunicado publicado nas redes sociais da entidade.
“Diante deste momento de profunda dor, o CREF17/MT se solidariza com o filho, marido, família e amigos da professora”, diz o comunicado.
Variante mais agressiva
Desde janeiro, diversos médicos que trabalham na linha de frente do combate ao coronavírus têm relatado que a doença está agredindo pessoas mais jovens de maneira mais severa.
As observações foram inicialmente detectadas em Manaus, cidade onde surgiu uma variante mais agressiva da doença.
No entanto, infectologistas afirmam que a cepa de Manaus já é encontrada em todas as partes do Brasil e, muito provavelmente, caminha a passos rápidos para ser a variante dominante em território nacional.
“Só quem está na linha de frente hoje está vendo que estamos diante de um ser invisível muito mais patogênico”, disse o infectologista e pesquisador Noaldo Lucena, que atua em clínica popular, atendimento domiciliar e hospitais públicos.
“Muito mais jovens estão morrendo. Não estamos falando só de grupo de risco: isso está em todas as faixas etárias, atingindo adolescentes e jovens mesmo sem comorbidade”, afirmou Noaldo.
A enfermeira e professora Ana Paula Rocche concorda que “o vírus não é mais o mesmo”. Ela relata que a queda de saturação de pacientes ocorre de forma muito mais rápida e silenciosa.
“O paciente começa no primeiro dia sentindo uma dor de garganta; depois sente uma dor de cabeça; no terceiro dia ele já começa uma febre, mas no quarto começa uma falta de ar, e quando você coloca um oxímetro nele, a saturação que era para estar em 98% está 70%, 75%. Isso não é normal! É uma coisa extremamente grave que ataca as vias aéreas e pulmões, e de forma silenciosa demais”, pontua.
“O pulmão parece que vai ressecando, que vai encolhendo; e aí você entra com tudo que é antibiótico, anticoagulante e o pulmão não expande. Isso não é normal”, acrescenta.
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