Barbárie

Últimas imagens do menino Henry Borel com vida confirmam a versão do pai

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No momento da morte de Henry, só estavam no apartamento de luxo o padrasto e a mãe do menino. Laudo revela que criança de 4 anos foi submetida à brutalidade descomunal

Henry Borel

Câmeras de segurança de um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, revelaram os últimos registros do menino Henry Borel com vida. As imagens, que já estão nas mãos da polícia, mostram que a criança de 4 anos foi entregue em perfeito estado pelo pai. As informações são da 16ª Delegacia de Polícia da Barra.

Além dos vídeos do condomínio, a polícia resgatou imagens de um shopping onde Henry esteve com o pai no dia 7 de março, antes de ser devolvido para a mãe. As filmagens mostram o menino alegre, sem problemas aparentes, e contrastam com o estado animalesco em que Henry chegou ao Hospital Barra D’Or horas mais tarde.

Henry Borel é enteado do vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), que namora a mãe do menino, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida.

A morte de Henry causou estranheza pela demora nas investigações. O engenheiro Leniel Borel de Almeida Jr., pai da criança, cobra uma apuração imparcial do caso.

Segundo a polícia, a mãe e o vereador Dr. Jairinho só foram ouvidos nove dias depois da morte do menino porque Monique estaria em estado de choque, sob efeito de medicamentos.

“O menino foi entregue saudável. Chama a atenção o pai ser informado que o problema era respiratório, mas para a surpresa, o laudo mostrou ação contundente que provocou hemorragia no fígado, além de lesões nos rins e cérebro. O pai ficou estarrecido. É preciso investigação”, afirmou o advogado Leonardo Barreto, que representa o pai da criança.

O depoimento do padrasto e da mãe de Henry durou cerca de 12 horas e o teor do conteúdo não foi divulgado. A polícia informou apenas que, dentro do apartamento, só estavam a mãe, o padrasto da criança e o próprio Henry no momento da morte.

Dr. Jairinho e Monique deixaram a delegacia acompanhados de advogados e não falaram com a imprensa.

Laudo

O laudo médico revelou que a criança já deu entrada no hospital sem vida e apresentava lesões gravíssimas por todo o corpo. O documento aponta:

♦ múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
♦ infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral e posterior da cabeça;
♦ edemas no encéfalo;
♦ grande quantidade de sangue no abdome;
♦ contusão no rim à direita;
♦ trauma com contusão pulmonar;
♦ laceração hepática (no fígado);
♦ e hemorragia retroperitoneal.

Pelo exame do IML, peritos afirmam que Henry morreu por uma ação violenta e descartam a hipótese de acidente involuntário, como sugerem a mãe e o padrasto.

“Essa criança foi espancada de maneira violenta, pelo laudo médico legal a criança tem sinais de violência física severa que atingiu a cabeça, pulmão, abdômen, rompimento de fígado, rim e várias equimoses. É um negócio de uma gravidade muito grande”, disse Nelson Massini, professor titular de Medicina Legal da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro).

“Lesões graves assim só são observadas em acidentes de trânsito, onde há muito mais energia. Isso seria impossível em uma queda de cama, por exemplo, por mais alta que a cama fosse. Analisando o laudo, podemos afirmar que a criança foi agredida fortemente”, observa o perito Carlos Durão.

Versão da mãe e do padrasto

Leniel recebeu um telefonema de Monique às 4h30 da madrugada de 8 de março. A mulher informou que Henry “estava sem respirar” e pediu para que o pai se dirigisse até o Hospital Barra D’Or. O engenheiro foi, então, até a unidade de saúde e encontrou os médicos tentando reanimar a criança.

A mãe e o padrasto contaram no hospital que escutaram um barulho de madrugada e, quando chegaram no quarto de Henry, o menino estava desacordado e sem conseguir respirar. Eles contaram a mesma versão para Leniel.

O hospital tratou o caso, a princípio, como parada cardio-respiratória. Mas os médicos logo perceberam que havia algo de errado, pois o menino apresentava muitos machucados pelo corpo.

“Quando eu analisei o laudo médico e informei para Leniel tudo o que estava no documento, o mundo dele caiu, desabou. Ele está completamente desnorteado”, revelou o advogado do pai da criança.

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