Ciro Gomes pede 'generosidade' a Lula e sugere que ele não dispute a Presidência. Pesquisas apontam o ex-presidente como o principal adversário de Bolsonaro em 2022
Pré-candidato a presidente da República em 2022, Ciro Gomes (PDT) pediu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenha a “generosidade” de não disputar as próximas eleições presidenciais e fez comparação com o “exemplo desastrado” do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales.
A declaração foi feita nesta segunda-feira 5, em abertura de conferência virtual sobre a reforma administrativa promovida pela Central dos Sindicatos Brasileiros.
Para Ciro Gomes, diante do que chamou de “fim de ciclo”, Lula deveria se inspirar no “passo para trás” dado por Cristina Kirchner em 2019, quando se candidatou a vice de Alberto Fernández, em vez de tentar a reeleição.
“A gente devia pedir generosidade a quem já teve oportunidade, como o Lula, que é um grande líder da história brasileira”, disse Ciro Gomes. “Mas a gente devia pedir a ele que se compenetrasse e que não imitasse o exemplo desastrado do Maduro na Venezuela ou o exemplo desastrado do Evo Morales na Bolívia. E que olhasse o que a Cristina Kirchner fez na Argentina, em que, tendo uma força grande, deu um passo para trás e ajudou a Argentina a se reconciliar.”
Ciro Gomes afirmou que Bolsonaro apostará na “campanha antipetista” para vencer as próximas eleições, com base em acusações de corrupção. Parte das acusações é “infelizmente” verdadeira, diz ele, e será veiculada na televisão.
“Imagine vocês uma campanha em 2022: o Bolsonaro, querendo se recuperar da impopularidade, lembrar a esculhambação do Palocci, a esculhambação do José Dirceu, a esculhambação de não sei de quem. Eu não digo nem que seja verdade, nem que seja mentira. Eu estou dizendo que é que eu tô vendo”, afirmou. “E do outro lado, o cabra dizendo que os filhos do Bolsonaro são ladrões. É isto?”, questionou.
“Não podemos ir para 2022 com agenda que reproduza a lógica de ódio, de segregação, de moralismo de goela, de manipulação da religiosidade popular, num enfrentamento vazio”, prosseguiu. “Ao contrário do que estão dizendo, a tarefa não é derrotar o Bolsonaro, que é uma tarefa muito grave. São duas tarefas. A segunda grande tarefa, mais difícil, que pede muita reconciliação, é botar uma coisa nova nesse ambiente de terra arrasada”.
Eleições 2022
Uma nova pesquisa da XP/Ipespe divulgada nesta segunda-feira (5) sobre a disputa presidencial de 2022 mostra que o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanecem tecnicamente empatados. No entanto, a simulação demonstra que o petista desponta numericamente à frente de Bolsonaro, com 29% das intenções de voto, contra 28% do atual presidente.
No último levantamento realizado pelo instituto, Lula contava com 25% das intenções de voto, contra 27% de Bolsonaro. Ainda segundo a pesquisa, nomes como Sérgio Moro e Ciro Gomes (PDT) contam cada um com 9% das intenções de voto.
Em um possível segundo turno, Lula também está numericamente à frente de Bolsonaro, com 42% das intenções de voto contra 38% de Bolsonaro.
Foram realizadas mil entrevistas de abrangência nacional nos dias 29, 30 e 31 de março. A margem de erro máxima é de 3,2 pontos percentuais para o total da amostra.
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