Aline Viana morreu no local onde provavelmente sentia-se menos insegura. Câmeras de segurança flagraram toda a ação do vizinho da vítima, com quem ela não tinha nenhuma inimizade. A mulher deixa marido e duas filhas pequenas
Aline dos Santos Viana, de 32 anos, foi assassinada na manhã da última sexta-feira (9) em São Vicente, no litoral de São Paulo. O crime aconteceu na garagem do condomínio onde ela morava e foi registrado por câmeras de segurança.
O autor do crime é Washington Andrade de Jesus, 36, vizinho de Aline. Imagens mostraram que o agressor pediu para que Aline abrisse uma porta para ele, que estava sem chave. Ele aproveita o momento em que ela está de costas e dá um soco nela, que cai no chão e desmaia.
Em seguida, o homem arrasta o corpo da mulher para a escadaria do prédio, onde ela posteriormente foi encontrada morta. Após o crime, com a chegada da polícia, Washington colocou fogo em seu apartamento e se jogou do 7º andar. Ainda não se sabe se Aline sofreu violência sexual.
De acordo com informações do boletim de ocorrência, Washington atacou Aline no momento em que ela saía para trabalhar, por volta das 6h10. Os dois moravam no mesmo andar.
O marido de Aline relatou na delegacia que percebeu algo estranho quando acordou, por volta das 7h30, com mensagens da chefe da esposa informando que ela não tinha chegado ao trabalho. Preocupado, ele foi até a garagem, encontrando a moto com a chave no mesmo lugar. Ao procurar o síndico, viu imagens das câmeras que mostram o vizinho aparecendo e subindo as escadas.
“Vi que ele subiu pelas escadas, e não pelo elevador. Ao perceber isso, já achei que era um suspeito. Falei para o esposo que ela deveria estar na escadaria, e quando ele chegou lá, se deparou com ela jogada. Foi um susto”, descreveu o síndico, Cláudio Sebastião da Silva.
O corpo dela estava no andar térreo, perto da escadaria. Eles acionaram a Polícia Militar. Como a vítima já estava sem vida, a equipe começou a seguir as pegadas de sangue, e chegou até o apartamento onde o vizinho morava. Os policiais informaram que o rapaz chegou a dizer algumas coisas, mas que eles não conseguiam compreender. Pouco depois, começou a sair fumaça do apartamento, e a equipe ouviu um baque. O homem havia se jogado no 7º andar, e morreu no local.
“Mulheres, se cuidem”
Charles da Silva Vicente, marido de Aline, está inconsolável. “Ela não fez nada. Foi ser gentil com um vizinho e tomou um soco. Morreu pra nada, por nada, sem defesa”, desabafou.
Charles contou que o casal não tinha proximidade com Washington. “Nunca fui com a cara dele, nunca curti ele. Minha mulher a mesma coisa. A cara dele já assustava a gente. Mas não éramos amigos nem inimigos”.
Pouco antes do ataque, segundo Charles, o vizinho brigou com a namorada. “Ele brigou com a mulher dele neste mesmo dia […] acho que ele não conseguiu bater na mulher dele, que saiu de casa, e ele pegou a minha mulher. Acho que a minha mulher sofreu o que a mulher dele não sofreu”, diz.
“Se cuidem, mulheres, vocês não estão seguras em lugar nenhum. A minha esposa foi uma mulher cem por cento maravilhosa. Tivemos duas filhas lindas. Era uma família feliz, mas o inimigo que mora ao lado não curtiu”, desabafou.
Após a morte da mulher, Charles saiu do apartamento, onde os dois moravam havia mais de um ano. “Está muito difícil. Eu vivia pra ela, ela vivia pra mim e a gente vivia para as nossas filhas. Nunca imaginei que fosse acontecer isso. Eu via isso em TV mas nunca pensei que isso fosse acontecer comigo”.
Aline deixou, além do marido, duas filhas, uma de sete meses e outra de três anos.
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