Homofobia

“Esses gays não respeitam mais ninguém”: jovem é vítima de violência homofóbica

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"Esses gays não respeitam mais ninguém, nem no ônibus a gente tem sossego". Além de xingamentos, jovem homossexual foi agredido fisicamente por motorista e cobrador de ônibus

O jovem Kevin Victor de Oliveira Silva, de 20 anos, denunciou um motorista por agressão física e ataques homofóbicos dentro de um ônibus da linha 8400. O caso aconteceu na cidade de São Paulo na última segunda-feira (12).

Segundo o relato de Kevin, logo que ele entrou no ônibus, no terminal Pirituba, ele foi ofendido pelo motorista e pelo cobrador. Ele filmou parte da situação e registrou o momento em que foi agredido. O jovem ainda revelou que os outros passageiros não se dispuseram a ajuda-lo.

De acordo com o boletim de ocorrência, o motorista e o cobrador teriam reclamado que um homossexual entrou no ônibus. “Esses gays não respeitam mais ninguém, nem no ônibus a gente tem sossego“, teriam dito.

Após notar que estava sendo filmado, o motorista ficou alterado. Ele puxou o cabelo de Kevin, desferiu chutes contra a vítima e o empurrou.

Sempre fiquei sabendo de inúmeros casos com pessoas e amigos próximos, e hoje veio a acontecer comigo”, escreveu Kevin nas redes sociais, onde denunciou o caso. “O que mais me assusta é que não temos mais segurança nem dentro de um ônibus.”

Kevin divulgou uma foto mostrando como ficou após os ataques. As imagens mostram a boca do jovem machucada.

Passageiro Kevin acusa motorista de ônibus de homofobia e agressão em SP

Em entrevista ao G1, ele falou que o condutor se incomodou com seu estilo. “Uso cabelos compridos com tranças e roupas curtas. Às vezes, uso unhas postiças coloridas”, disse a vítima. “Então para mim ficou claro que ele estava sendo homofóbico comigo, eu estava sendo vítima de homofobia naquele momento”, alegou.

Kevin não conseguiu registrar o nome do motorista, mas é possível ver o rosto dele nos vídeos.

Fiquei em estado de choque. Estou com medo de voltar a andar de ônibus. Já sofri assédio [sexual], mas nunca fui agredido fisicamente, ainda mais uma agressão motivada por homofobia”, disse o rapaz. “Será que o motorista agrediria um homem de 2 metros de altura? Eu sou pequeno, franzino e gay”.

Em nota, a SPTrans afirmou que repudia “qualquer tipo de violência no transporte público e informa que vai colaborar com as investigações policiais no caso citado, já registrado em Boletim de Ocorrência“.

O órgão ainda afirmou que encaminhou o caso à empresa que opera a linha para que seja feita uma investigação e o motorista seja identificado:

Leia a nota completa:

A SPTrans repudia qualquer tipo de violência no transporte público e informa que vai colaborar com as investigações policiais no caso citado, já registrado em Boletim de Ocorrência. A SPTrans também encaminhou o caso à empresa que opera a linha para que realize as apurações necessárias, identifique o motorista e tome as providências cabíveis em relação a seu funcionário.

Como gestora do sistema de transporte público, a SPTrans realiza junto às empresas operadoras o programa Viagem Segura, com treinamentos que incluem itens como condução segura, respeito aos passageiros, idosos e pessoas com mobilidade reduzida, além de conduta durante casos de abuso.

Os passageiros podem colaborar com o trabalho de fiscalização, registrando sua denúncia no portal SP156 (https://sp156.prefeitura.sp.gov.br/portal) ou ainda por meio do telefone 156.

Com Yahoo e G1

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