Homem mata filha autista e fere 4 pessoas da mesma família em Santa Catarina. Crime aconteceu poucas horas após ex-mulher ir até a delegacia solicitar e conseguir medida protetiva
Claudinei Tizon, de 42 anos, matou a própria filha nesta segunda-feira (12) na cidade de Rodeio, em Santa Catarina. Géssica Dias Tizon, 21, foi esfaqueada pelo pai enquanto tentava defender a mãe. O crime ocorreu após a ex-companheira ter ido até a delegacia solicitar uma medida protetiva contra Claudinei.
Além de matar a filha, Claudinei ainda esfaqueou a ex-mulher, de 39 anos, que é mãe da vítima. O ex-sogro, a ex-sogra e o ex-cunhado do agressor também foram agredidos e precisaram ser hospitalizados. O quadro clínico de todas as vítimas é estável.
A Polícia Civil afirma que o homem responderá por feminicídio pela morte da filha, e por tentativa de feminicídio pelo ataque contra a ex-esposa. Pelos outros crimes, Claudinei irá responder por tentativa de homicídio. Ele tentou fugir mas foi capturado pela polícia.
Medida protetiva
A ex-mulher de Claudinei foi até a delegacia no início da tarde de segunda e conseguiu uma medida protetiva por violência doméstica. No entanto, o oficial de Justiça não conseguiu entregar a intimação ao homem, pois o crime já havia ocorrido.
O delegado responsável pelo caso afirmou que os outros dois filhos mais novos do casal são crianças com deficiência e estavam em casa no momento do crime, mas não foram feridos. “A PM acompanhou a mãe de Géssica até a casa em que dividia com o homem. No local, ela recolheu os pertences e foi junto com o dois filhos mais novos para a casa dos pais. O crime ocorreu após ela ser deixada na casa dos pais [avós maternos de Géssica]”.
Segundo a Polícia Militar, Claudinei ainda usou um rifle calibre 22 para atirar contra os familiares, mas todos os ferimentos severos foram causados por golpes de faca.
Autista e dedicada
Diagnosticada com um grau leve de autismo, Géssica estava visitando a família quando foi brutalmente assassinada pelo pai. A jovem morava atualmente na cidade de Gaspar (SC), onde buscava um emprego.
Uma colega de Géssica confirmou que a jovem se mudou para Gaspar em busca de mais oportunidades de trabalho. A vítima morava na casa de um tio. “Ela era muito esperta, dedicada e sempre gostou de estudar”, afirmou Janaina Marcola.
“Era uma pessoa ótima. Ela era uma pessoa muito boa, a mãe dela também. Eu gostava da Géssica, parece que era uma segunda irmã pra mim. Eu sempre dizia assim, ‘Géssica, nós somos amigas para sempre”, contou.