Rio Grande do Sul: em ato pró-Bolsonaro e contra o STF, homem vestido como Ku Klux Klan fala em 'matar comunistas'
Um homem homem vestido com trajes semelhantes aos da Ku Klux Klan discursou durante um ato a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e contra os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) em Porto Alegre (RS) nesta quinta-feira (22).
Durante a manifestação, apoiadores do presidente pediram intervenção militar e falaram em “caça aos comunistas”. A Ku Klux Klan é uma organização supremacista branca e de extrema-direita fundada nos EUA.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, bonecos aparecem enforcados em uma árvore enquanto o homem falava e era aplaudido por dezenas de presentes.
“O que nós viemos fazer aqui hoje, gente? Viemos acabar com o comunismo. Hoje, é o fim do comunismo. Alguém quer o comunismo aqui ainda? Querem o comunismo? Fim do comunismo!”, dizia.
Em outro vídeo, algumas pessoas pedem “intervenção cívico-militar com Bolsonaro”. Durante o ato, os participantes usam também os termos “eu autorizo, presidente”, como aval para que Bolsonaro “dê um golpe de Estado”.
O vereador Matheus Gomes (PSOL), da Comissão de Direito Humanos da Câmara Municipal de Porto Alegre, disse que irá até a delegacia Especializada no Combate à Crimes de Intolerância para registrar um boletim de ocorrência. Segundo ele, a manifestação “é uma apologia explícita à violência racial e ao ódio como um elemento de violência politica”.
Os vereadores que vão acompanhá-lo são os quatro da bancada negra, Karen Santos (PSOL), Reginete Bispo (PT), Daiana Santos (PCdoB) e Bruna Rodrigues (PCdoB), além do vereador Leonel Radde (PT).
O vereador destaca a alusão ao método de linchamento da Ku Klux Klan e a falta de atitudes contrárias à ação. “As dezenas de pessoas presentes interagiram positivamente. Não foi um ato isolado. É necessária uma investigação direta”, disse.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul informou ao Pragmatismo que vai encaminhar ofício sobre o caso para a Promotoria de Justiça Criminal avaliar os fatos. A Polícia Civil também irá apurar o caso.