Leniel Borel chora ao saber da prisão de Jairinho e Monique e faz desabafo: "Desculpa o papai por não ter feito mais, lutado mais e protegido você muito mais"
O advogado de Leniel Borel afirmou que o engenheiro passou toda a manhã desta quinta-feira (8) chorando após saber da prisão de Monique Medeiros e de Dr. Jairinho. Diversas questões ainda precisam ser esclarecidas, mas a polícia agora trata oficialmente o caso como um assassinato.
“O Leniel não tem condições de falar, está chorando bastante. A informação de que a mãe da criança sabia de tudo é muito dura. Daqui a pouco, a gente vai se pronunciar”, disse o advogado do pai.
Leniel usou as redes sociais para desabafar. “30 dias desde que te dei o último abraço. Nunca vou esquecer de cada minuto do nosso último final de semana juntos. Deixar você bem, cheio de vida, com todos os sonhos e vontades de uma criança inocente. Desculpa o papai por não ter feito mais, lutado mais e protegido você muito mais”, publicou.
Um repórter da TV Globo tentou falar com Leniel. Visivelmente emocionado, o engenheiro limitou-se a dizer: “Esta infeliz [Monique] matou meu filho. Meu filhinho deve ter sofrido muito”.
Tortura
Segundo a polícia, o vereador Dr. Jairinho teria praticado pelo menos uma sessão de tortura contra o menino semanas antes da morte da criança. Ainda segundo as investigações, a mãe sabia de agressões, que incluíam chutes e golpes na cabeça. Jairinho teria se trancado no quarto para bater no menino.
“Vida que segue, faz outro filho”
Em entrevista à Veja no último fim de semana, Leniel Borel já havia dito não ter dúvidas de que o vereador foi o responsável pela morte de Henry.
“Não tenho dúvidas de que Dr. Jairinho é culpado. Naquela noite no hospital, ele ficava junto aos médicos que tentaram salvar o Henry o tempo todo. Ele é muito frio. Assim que foi decretado o óbito do meu filho, Dr. Jairinho chegou perto de mim e, na frente de uma amiga minha, disse: “Vamos virar essa página, vida que segue. Faz outro filho”.
“Tudo mudou a partir do momento que Monique foi para o apartamento de Jairinho. Logo no primeiro fim de semana comigo, o Henry falou: ‘Papai, o tio me machuca, mas a mamãe disse que é sonho’. Liguei imediatamente para a Monique, que alegou que isso era invenção da cabeça dele”, lembra o engenheiro.
Ao ser perguntado se ele cogitou tentar pedir a guarda da criança na Justiça depois das reclamações do filho, Leniel disse que se arrepende de não ter tomado medidas drásticas, mas que nunca imaginou que aconteceria essa “monstruosidade.”
“Sei que não havia como prever que iria acontecer uma monstruosidade com meu filho, mas me culpo por não ter tomado uma medida mais drástica. Cheguei a falar algumas vezes com a Monique que se ele continuasse a reclamar que estava sendo machucado por esse tio, eu iria levá-lo para fazer um exame de corpo delito e recorrer à Justiça. A questão é que embora rejeitasse cada vez mais a casa da mãe e do Dr. Jairinho, meu filho não apresentava qualquer marca pelo corpo. Só naquele último fim de semana que ele tinha um machucado no nariz. Perguntei o que era, mas não soube dizer. Eu tinha receio de levantar uma suspeita tão séria, não se confirmar no exame e perder o direito de ver o Henry”.
Laudo
O laudo médico revelou que Henry Borel já deu entrada no hospital sem vida e apresentava lesões gravíssimas por todo o corpo. O documento aponta:
♦ múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores;
♦ infiltração hemorrágica na região frontal do crânio, na região parietal direita e occipital, ou seja, na parte da frente, lateral e posterior da cabeça;
♦ edemas no encéfalo;
♦ grande quantidade de sangue no abdome;
♦ contusão no rim à direita;
♦ trauma com contusão pulmonar;
♦ laceração hepática (no fígado);
♦ e hemorragia retroperitoneal.
Pelo exame do IML, peritos afirmam que Henry morreu por uma ação violenta e descartam a hipótese de acidente involuntário, como sugerem a mãe e o padrasto.
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“A necropsia mostra lesão no crânio, no estômago, no fígado, nos rins e várias equimoses, as populares manchas roxas. É evidente, com as experiências que temos, que se trata de uma morte violenta”, afirma o perito legista Carlos Durão.
“Lesões graves assim só são observadas em acidentes de trânsito, onde há muito mais energia. Isso seria impossível em uma queda de cama, por exemplo, por mais alta que a cama fosse. Analisando o laudo, podemos afirmar que a criança foi agredida fortemente”, complementa.
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