Advogados do casal queriam adiamento da reconstituição da morte de Henry Borel, mas pedido foi negado. Mãe e padrasto faltam e podem responder por desobediência
A Policia Civil negou, na noite desta quarta-feira (31), o pedido da defesa do vereador Dr. Jairinho e da mãe do menino Henry, de 4 anos, de adiamento da reprodução simulada da morte da criança.
Com isso, a reconstituição ocorreu durante toda a tarde desta quinta-feira (1). No entanto, Monique Almeida e Dr. Jairinho não compareceram ao local da morte. Um boneco parecido com a criança foi usado na simulação e o Ministério Público acompanhou tudo.
Ao solicitar o adiamento da reconstituição, os advogados alegavam que Monique sofre de forte quadro depressivo e, por isso, não teria condições de participar da simulação.
Os advogados disseram ainda que precisavam de tempo para intimar um especialista. Eles pediram para que a reconstituição fosse realizada após o dia 12 de abril.
Na noite de quarta (31), a Polícia Civil informou que o Monique e Jairinho poderiam responder por desobediência por não comparecer à reconstituição.
Dr. Jairinho está no 5º mandato como vereador e é considerado um dos parlamentares mais poderosos do Rio de Janeiro. Ele já foi líder do governo Marcelo Crivella na Câmara Municipal e é filho do ex-deputado Coronel Jairo.
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Jairinho e o pai comandam boa parte do eleitorado da zona oeste do Rio de Janeiro e são acusados de envolvimento com a milícia. Um renomado fotojornalista que os acusou de tortura precisou fugir da cidade.
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Entenda o caso
Henry era filho de pais recém-divorciados, e passou um final de semana com o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida. Por volta das 19h, Leniel deixou a criança no condomínio onde reside a mãe. Câmeras de segurança mostraram que não havia nada de errado com o menino. Monique Medeiros da Costa e Silva namora o vereador desde outubro de 2020.
De acordo com as investigações, na madrugada do dia 8, o médico e vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) a namorada dele levaram o menino ao Hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, onde relataram que a criança apresentava dificuldade respiratória. O casal então ligou para o pai do garoto para relatar o ocorrido.
Leniel foi, então, até a unidade de saúde e encontrou os médicos tentando reanimar a criança. Orientado pelos profissionais do hospital, o pai do menino abriu uma ocorrência na 16ª DP para entender o que aconteceu com o filho.
O laudo da necropsia de Henry indicou sinais de violência e a causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática causada por uma ação contundente.
No documento, a perícia constatou múltiplos hematomas no abdômen e nos membros superiores; infiltração hemorrágica na parte da frente, lateral e posterior da cabeça; edemas no encéfalo; grande quantidade de sangue no abdômen; contusão no rim à direita; trauma com contusão pulmonar; laceração hepática (no fígado); e hemorragia retroperitoneal.
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