Laudo complementar aponta 3 lesões distintas na cabeça do menino Henry Borel e marcas de unha no rosto. Menino já estava morto há uma hora quando foi levado ao hospital
Um laudo complementar do Instituto Médico Legal (IML), concluído na quarta-feira (21), reforça que o menino Henry Borel, de 4 anos, não foi morto em acidente doméstico – como alegam o padrastro, Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho, e a mãe, Monique Medeiros, ambos presos pelo crime.
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A perícia também revela que algumas lesões no rosto da criança foram provocadas por unhas.
O laudo anterior apontava 23 lesões, mas não detalhava que as marcas na face do menino – no nariz e próximas ao olho – eram compatíveis com “escoriações causadas por unha”. Os peritos não indicam como essas lesões podem ter sido causadas.
“As lesões na região nasal e infra orbital esquerda (…) são compatíveis com escoriações causadas por unha”, diz o texto do laudo.
A nova análise respondeu a perguntas feita pelo delegado da Polícia Civil do Rio, responsável pela investigação, Henrique Damasceno.
Este exame complementar também afirmou que o menino não tinha sinais de maus tratos anteriores. Mas a babá Thayná de Oliveira relatou à polícia que a criança sofria uma rotina de ataques e a mãe, Monique Medeiros, teria conhecimento, de acordo com troca de mensagens.
Os advogados do pai de Henry já tinham falado em outro momento que o vereador Dr. Jairinho, principal suspeito do assassinato, usava técnicas de tortura que não deixavam rastros das agressões.
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A Polícia Civil também já descobriu que o menino foi levado pela mãe a um hospital um dia após supostas agressões do vereador Dr. Jairinho, no dia 12 de fevereiro, menos de um mês antes da morte da criança. Henry chegou no hospital mancando, e o boletim médico apontou que Monique Medeiros justificou ao pediatra que o filho tinha caído da cama no dia anterior.
O inquérito que investiga a morte do menino será concluído nesta sexta-feira (23). Apesar de a conclusão estar prevista para esta sexta, o inquérito pode ser entregue ao Ministério Público somente na próxima segunda-feira.
O vereador Dr. Jairinho e a mãe de Henry, Monique Medeiros, serão indiciados por homicídio duplamente qualificado, com emprego de tortura, sem chance de defesa para a vítima. Autoridades acreditam que há provas suficientes para o indiciamento.
A mãe de Henry foi diagnosticada com Covid-19 e está com 5% dos pulmões comprometidos. A defesa dela quer que ela preste novo depoimento, mesmo que por videoconferência.
A hipótese de acidente com Henry já foi descartada na primeira versão do laudo. Os peritos cravam que o menino de 4 anos foi agredido até a morte no dia 8 de março. 23 lesões foram encontradas no corpo do garoto. De acordo com o laudo anterior, a sessão de tortura durou cerca de quatro horas. Especialistas acreditam que o garoto pode ter morrido por volta das 23h – quase cinco horas antes de ser levado ao hospital.
Na próxima segunda-feira (26), o Conselho de Ética da Câmara dos Vereadores do Rio deve decidir se vai abrir processo de cassação de Dr. Jairinho, suspeito pela morte do enteado. Uma primeira reunião sobre o caso aconteceu nesta quarta (21), quando os vereadores tiveram acesso ao inquérito. A tendência é que o grupo decida por unanimidade pela abertura do processo, que pode levar até 70 dias para ser concluído.
Com Viu e Band
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