Policiais bolsonaristas fazem campanha contra a vacinação da Covid-19
O movimento antivacina entre PMs ocorre em um momento em que o vírus já é mais letal do que operações policiais
Luisa Fragão, Revista Fórum
Um grupo de policiais militares bolsonaristas de São Paulo decidiram não receber a vacina contra a Covid-19. Os agentes têm se mobilizado para convencer colegas, principalmente os de baixa patente, a aderirem ao movimento contra o imunizante.
O estado iniciou nesta segunda-feira (5) a vacinação de agentes da segurança pública, mas a ação é voluntária.
Ao justificarem o movimento, policiais entrevistados em reportagem do UOL repetem o discurso do presidente Jair Bolsonaro e afirmam não confiar em vacina trazida da China. A CoronaVac, que é produzida pelo Instituto Butantan, tem aval da Anvisa e eficácia comprovada por estudos.
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Os entrevistados afirmam ainda que as ações de Bolsonaro na pandemia são mais eficazes do que as de João Doria. O presidente, no entanto, passou a maior parte da pandemia defendendo o uso de medicamentos sem eficácia contra a doença e demorou para efetivar a compra de imunizantes.
O movimento antivacina entre PMs ocorre em um momento em que o vírus já é mais letal do que operações policiais. Segundo a reportagem, 18 policiais militares e quatro civis morreram em confronto em 2020, enquanto 19 PMs e 21 civis morreram por coronavírus no mesmo período.
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Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) confirmou que a imunização dos agentes é voluntária.
“Cerca de 140 mil doses de imunizante estarão disponíveis para os profissionais da ativa das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica, Corpo de Bombeiros, Guardas Civis Metropolitanos, Guardas Municipais, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (que atuam em SP) e agentes da Fundação Casa”.