Jair Bolsonaro foi notadamente omisso para se manifestar sobre a morte de artistas brasileiros. Agora o presidente fala do ator Paulo Gustavo. Por que agora, depois de 410 mil mortos? Medo da CPI e de ser responsabilizado pela tragédia brasileira?
Jair Bolsonaro foi notadamente omisso para se manifestar sobre a morte de artistas brasileiros.
Silenciou sobre João Gilberto, Moraes Moreira, Rubem Fonseca, Luiz Alfredo Garcia-Roza, Aldir Blanc, Flávio Migliaccio, por exemplo.
Lamentou o passamento de MC Reaça, como num deboche.
Foi inacreditavelmente cínico enquanto diante da tragédia da pandemia. A canalhice foi cristalizada no célebre “E daí? Quer que eu faça o quê?”
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Agora o presidente fala do comediante Paulo Gustavo.
“Meus votos de pesar pelo passamento do ator e diretor Paulo Gustavo, que com seu talento e carisma conquistou o carinho de todo Brasil. Que Deus o receba com alegria e conforte o coração de seus familiares e amigos, bem como de todos aqueles vitimados nessa luta contra a COVID”, escreveu no Twitter.
Por que agora, só depois de 410 mil mortos?
Medo da CPI. Medo de saber que será responsabilizado pelo genocídio.
O humorista é mais uma vítima do descaso de Bolsonaro ao lidar com a covid-19. Não precisava ser assim. O assassino, como apontou Paulo Coelho, está solto.
O último grande feito de Paulo Gustavo foi quase conseguir conferir humanidade a esse sujeito.
Quase.
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