10 toneladas de alimentos: gesto de solidariedade do MST marca 36 anos dos primeiros assentamentos em Santa Catarina
Cida de Oliveira, RBA
O MST de Santa Catarina doou 10 toneladas de alimentos na periferias da Região Metropolitana de Florianópolis e municípios do interior. A distribuição é parte das comemorações dos 36 anos do movimento no estado nesta terça-feira (25). Ao todo, desde o início da pandemia, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra já doou mais de 4 mil toneladas de alimentos em todo país.
Entre os parceiros beneficiados na grande Florianópolis e região estão o Instituto Padre Vilson Groh, Rede com a Rua, Ocupação Urbana Marielle Franco e Movimento Nacional de Luta por Moradia. Estes, por sua vez, distribuirão para projetos que assistem populações carentes, em situação de rua e povos indígenas.
Também foram feitas doações em outras regiões do estado. O Hospital Regional Maicé, em Caçador, recebeu 400 quilos de alimentos. A Associação de Moradores de Bairro São Cristóvão, em Canoinhas, além de bairros carentes em Campos Novos e Abelardo Luz também foram contemplados.
Produção sustentável de alimentos
O MST se instalou em Santa Catarina em 1985, quando realizou simultaneamente ocupações em dois latifúndios. Em Abelardo Luz, com 1.500 famílias, e em São Miguel do Oeste, com 500. A realidade desses municípios foi transformada pela produção sustentável de alimentos.
Atualmente, o movimento tem cerca de 6 mil famílias, vivendo em 140 assentamentos que ocupam mais de 70 mil hectares de terra. Nesses espaços há 26 escolas, oito cooperativas, rádios comunitárias, postos de saúde e produção de alimentos saudáveis.
“A solidariedade é um valor fundamental pro MST. Nosso povo está sofrendo com os efeitos covid-19, mas a fome e o subemprego têm agravado muito esse quadro. E existe um culpado: o governo Bolsonaro e suas políticas negacionistas, de destruição de direitos e da dignidade da classe trabalhadora”, disse Vilson Santin, da direção do MST.
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Segundo frisou, o MST considera a solidariedade parte da construção de outro modelo de sociedade. “E a reforma agrária popular é fundamental para garantir alimento de qualidade para a mesa do trabalhador: As mãos camponesas cultivam a terra com carinho, organizam as doações com amor, pois sabem que junto com os alimentos vem a esperança de dias melhores que conquistaremos com a luta organizada da classe trabalhadora”.
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