Novas mensagens revelam grito, choro e outras agressões cometidas por Dr. Jairinho
"Chorando sei que tá vivo". Polícia divulga novas mensagens que revelam o sofrimento do menino Henry Borel e a crueldade do vereador Dr. Jairinho em mais uma sessão de tortura
A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou nesta terça-feira (4) novos diálogos que fazem parte do inquérito que investiga a morte do menino Henry Borel. As mensagens revelam grito, choro e outras agressões cometidas pelo vereador Dr. Jairinho, padrasto do menino.
O novo episódio se refere a uma conversa entre a babá Thayná de Oliveira Ferreira e o noivo dela, na manhã do dia 2 de fevereiro. “Não sei o que é pior, chorando ou mudo. Chorando sei que tá vivo”, relatou a babá após o padrasto se trancar com o menino no quarto.
Na conversa, ela se refere ao parlamentar como “o doido”, diz estar apavorada e afirma: “Parece que tá tampando a boca do menino”.
O relato do diálogo entre a babá e o noivo, anexado ao inquérito, motivou o indiciamento de Jairinho por mais um episódio de tortura — ele também foi indiciado pelo mesmo crime pela sessão de tortura ocorrida em 12 de fevereiro relatadas pela babá e pelo espancamento que causou a morte do menino na madrugada de 8 de março. Já a mãe responderá pelos mesmos crimes cometidos por Jairinho porque, segundo a polícia, não afastou o filho do agressor.
Em detalhes
“Eu tô apavorada. Família de doido real. A criança vai ficar perturbada”, escreveu Thayná em mensagem enviada ao noivo. Depois, passou a relatar o que ocorria no apartamento. Na ocasião, a mãe da criança não se encontrava no imóvel.
“O menino estava chorando comigo no quarto querendo a mãe”, relatou a babá. “Aí nisso o doido entrou [dizendo:] ‘Henry, não pode chorar. Você é muito mimado'”, prosseguiu. “O menino agarrou no meu pescoço. Começou a chorar muito mesmo, que você vê que não é normal.”
Em seguida, a funcionária relatou que Jairinho entrou no quarto com o menino, dando início às agressões. “Aí ele entrou com o menino para o quarto dele (fiquei sem saída né? Vou fazer o quê?)”, explicou. “Agora o menino tá chorando no quarto, ele só consegue gritar ‘eu prometo'”, registrou.
“Parece que tá tampando a boca do menino. Uma doideira de verdade. Aí veio agora tomar café. Natural, como se nada acontecesse”.
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Na conversa, Thayná desabafa: “Eu sei que eu tô trêmula. Uma sensação muito ruim, sabe. De não poder fazer nada”.
A babá desabafa mais uma vez, demonstrando preocupação com a opinião de Henry por ela deixá-lo com Jairinho. “Eu tô com medo dele associar que eu sou uma pessoa ruim que deixei ele com o louco.”