Vice-líder de Bolsonaro atribui uso de máscara ao agravamento do quadro de saúde de Bruno Covas. Parlamentares tentaram rebater declaração absurda, mas foram impedidos por Bia Kicis
Marília Sena, Congresso em Foco
Na sessão da Comissão de Constituição e Justiça desta segunda-feira (17) o deputado Giovani Cherini (PL-RS), vice-lider do governo Bolsonaro na Câmara, pediu a palavra para falar contra o uso de máscaras de proteção contra a covid-19. Sem provas, o bolsonarista disse que o fato de Bruno Covas fazer o uso constante de máscaras pode ter contribuído para a evolução de seu câncer.
“Falaram tanto do nosso querido e saudoso Bruno Covas […] a máscara que ele usou durante toda a campanha pode ter prejudicado o câncer que ele teve”, disse.
Além disso, sem citar estudos que comprovem a fala, o deputado Cherini disse que “a máscara tem causado ansiedade nos brasileiros”. A presidente Bia Kicis (PSL-DF) não permitiu que a deputada Sâmia Bomfim (Psol-SP) falasse contrário a fala de Cherini.
O debate sobre o uso de máscaras na CCJ começou depois que a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) pediu que Bia Kicis fizesse o uso da máscara enquanto presidia presencialmente a reunião do colegiado. Bia disse que só utilizaria a máscara quando estivesse “ouvindo”, não enquanto estivesse “falando”.
O deputado Gervásio Maia (PSB-PB) também solicitou a Bia Kicis e ao deputado Carlos Jordy (PSL-RJ) fizessem o uso de máscaras. Ambos os parlamentares afirmaram que estavam sem usar máscaras para falar e tomar café e água durante a sessão.
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