Capitães de dez seleções participantes da Copa América recusam convite para reunião com o mandatário brasileiro. Planalto vê possível boicote ao torneio como afronta pessoal a Bolsonaro. O presidente aposta na competição para tentar melhorar sua popularidade, que alcançou os piores níveis desde o início do governo
Os capitães das dez seleções que vão jogar a Copa América foram sondados para participar de uma reunião com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e representantes da Conmebol, mas recusaram o convite.
O Palácio do Planalto enxerga o possível boicote à Copa América como uma afronta pessoal a Bolsonaro. Segundo interlocutores do governo, o presidente brasileiro enxerga no torneio uma oportunidade para melhorar seu índice de aprovação popular, que chegou ao pior patamar desde o início da gestão.
Na reunião entre Bolsonaro e o conselho da Conmebol, o presidente transmitiu a mensagem de que o governo do Brasil está pronto para colaborar na organização do torneio. O recado agradou os cartolas da confederação, que viram reforçada sua convicção de disputar a Copa América, ainda que alguns jogadores relutem em participar.
Apesar do otimismo com a mensagem do presidente do Brasil, dirigentes das seleções sul-americanas também admitiram que o torneio enfrenta problemas. Cartolas de Brasil, Uruguai e Argentina admitiram que enfrentam resistências internas quanto à realização da Copa América.
Por diversas razões, o Brasil é o maior foco dos problemas. O País tem uma das piores gestões mundiais da pandemia, com o vírus ainda descontrolado e matando milhares de pessoas por dia. Além disso, a hostilidade ao presidente da CBF, Rogério Caboclo, aumentou depois que ele foi acusado formalmente de assédio sexual e moral por uma funcionária da confederação.