Barbárie

Esposa de Lázaro Barbosa diz sofrer ameaças; Força Nacional entra no caso

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Esposa quer convencer Lázaro a se entregar e rechaça tese de 'satanismo'. Ministro da Justiça ofereceu apoio de agentes da Força Nacional para ajudar nas buscas, que já contam com 300 policiais. PM fala em guerra de vaidades e bagunça na força-tarefa: 'Não existe comando'

(Agentes da operação que persegue Lázaro Barbosa/Reprodução)

A esposa de Lázaro Barbosa afirmou estar em estado de choque e contou que a família dela vem recebendo ameaças. Ela teme pelo desfecho da história. “Temos medo de receber a notícia de que ele morreu”, afirma. As informações são do UOL e do Correio Braziliense.

O casal está junto há 4 anos e tem uma filha de 2 anos. Segundo ela, Lázaro é um pai dedicado. “É um bebê que quase todos os dias chama por ele. Isso me corta tanto. Ela é muito apegada. É a vida dele. Está todo mundo arrasado”, diz. O criminoso também tem outro filho, de 4 anos, com uma ex-companheira.

Os dois se conheceram por meio da tia do homem, que é amiga da família da jovem. Ela se diz decepcionada com o comportamento de Lázaro, que segundo ela, já tentou largar o crime. “Se a gente tivesse a oportunidade de ir com a polícia para o meio do mato, para convencê-lo a se entregar. A gente não sabe o que aconteceu na mente e no coração dele. A ficha não caiu”, ressalta.

A mulher também rebate as acusações de que Lázaro estaria envolvido em rituais satânicos. Ela disse que a família é alvo de fake news e preconceito por onde passa. “Não acredito em nenhum ritual. Ele tinha uma fé em Deus muito grande, foi até pregador da palavra no presídio. Eu só vou acreditar que ele se envolveu mesmo nisso quando ele for pego e falar”, declarou.

Força Nacional

A operação que procura Lázaro há 9 dias terá o reforço de 20 agentes da Força Nacional. A informação é do secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda. Segundo ele, a oferta veio do Ministro da Justiça e Segurança Pública, o delegado Anderson Torres.

Cerca de 300 agentes, entre policiais civis, militares, agentes da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal atuam nas buscas. Questionado quando o reforço da Força Nacional chega, o secretário Rodney Miranda disse que não tem a data.

Bagunça e guerra de ‘vaidades’

Em condição de anonimato, um policial militar que atua nas buscas afirmou ao portal G1 que a operação é repleta de problemas. “O que ‘tá’ faltando ali é um comando único. [Tem] muita polícia e tem muito chefe pra pouco índio. Cada força policial que chega ali, faz o que entende que é certo. Não existe um comando”.

Para Cássio Rosa, membro do Fórum Brasileiro de Segurança, a operação de buscas é delicada, ainda mais porque Lázaro é habituado a áreas de mata e conhece a região. O terreno irregular e a dificuldade de comunicação também atrapalham a localização do foragido.

“Quando a gente trabalha em um grupo muito grande, com pessoas de diferentes formações, é inevitável que aconteça o que chamamos de ruídos. Até porque sempre foi uma dificuldade brasileira a questão da integração das forças armadas. Não é de agora”, analisa Cássio.

O ex-subcomandante da Polícia Militar do DF e especialista em segurança pública, Leonardo Sant’Anna, diz que o momento não é para discórdias, mas para unir forças.

“Para que possa ser atingido o resultado positivo nessa operação, essa vaidade precisa ser deixada de lado pra chamar outros profissionais, que tenham essa capacidade mais avançada. Quando você não tem um comando que reconheça os sinais dessa vaidade, isso pode atrapalhar sim”, analisa.

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