Após começar curso de medicina, jovem passou a andar com pessoas de maior poder aquisitivo, frequentar locais de luxo e viver padrão de vida que conflitava com a sua realidade, aponta Ministério Público. Ele chegou a dizer que tinha vergonha do lugar onde morava e pressionou a mãe para sustentá-lo e vender a casa
Bruno Eustáquio, de 23 anos, matou a própria mãe, Márcia Lanzane, 44, e fingiu estar de luto nas redes sociais. O assassinato ocorreu em dezembro do ano passado no Guarujá, litoral paulista, mas a Polícia Civil só concluiu o inquérito há alguns dias.
Após cometer o crime, o jovem foi assistir televisão, como mostraram imagens de uma câmera de segurança da casa. Bruno dormiu com o cadáver da mãe dentro de casa e, no dia seguinte, foi de manhã para a academia praticar exercícios físicos. Ao chegar em casa, ele telefonou para familiares e disse que encontrou a mãe morta.
O Ministério Público apontou que Bruno cometeu o crime devido ao interesse na herança. De acordo com a apuração, o jovem estava vivendo uma vida luxuosa, conflitante com sua realidade, e pressionava a mãe para bancá-lo e vender ou alugar a casa em que viviam.
Foram ouvidas no inquérito policial oito pessoas, entre amigos e familiares de Bruno e da mãe. Todos alegaram em seus depoimentos que filho e mãe discutiam com frequência, devido ao jeito do jovem, que exigia tudo da forma como queria.
Curso de medicina
As testemunhas relataram que Bruno mudou o comportamento depois que começou a cursar medicina, já que passou a andar com pessoas de maior poder aquisitivo e começou a gastar muito dinheiro e sair com frequência.
Segundo os depoimentos, Bruno passava as noites fora, em restaurantes e boates, frequentava locais de luxo em Guarujá com o pessoal da faculdade e vivia um padrão de vida completamente diferente do que tinha com a mãe. Apesar das limitações financeiras, Márcia Lanzane ainda bancava o filho, mas estava se sentindo cada vez mais esgotada.
Bruno também chegou a alegar que queria mudar de residência, já que tinha vergonha da localidade onde morava e queria levar os amigos em casa.
Ainda segundo os depoimentos, devido à pressão que fazia na mãe, a mulher comprou uma moto para o filho havia poucos dias. Familiares ainda afirmaram que, logo após a morte de Márcia, o filho dormiu com amigas da faculdade na residência e, em uma oportunidade em que uma tia o questionou porque estaria encostado no rack da casa, já que a mãe não gostava da atitude, ele teria respondido que agora “ele que mandava ali”.
A Polícia Civil concluiu que Bruno cometeu o crime por motivo torpe. Além das alegações das pessoas ouvidas pela polícia, as autoridades também obtiveram imagens de câmeras de monitoramento que mostraram o jovem apertando o pescoço da mãe e a agredindo.
“Insatisfeito em não ver seus anseios materiais atendidos, o denunciado decidiu matar a vítima com o objetivo de ter para si todo o patrimônio da genitora em herança, além da obtenção de valores de eventuais seguros”, apontou o Ministério Público.
Bruno responderá por homicídio doloso, quando há intenção de matar. Até a publicação dessa matéria, ele permanece foragido da Justiça.