"Vem almoçar, Lázaro". Fugitivo dormiu em fazenda por 5 dias, fazia refeições, andava com uma espingarda e portava um telefone celular. Fazendeiro e caseiro foram presos. Buscas continuam com 270 agentes, helicópteros, drones com visão térmica e imagens de satélite
Duas pessoas foram presas durante as buscas a Lázaro Barbosa, que é investigado por uma chacina em Ceilândia, no DF, e pelo menos outros sete crimes. Os detidos são suspeitos de ajudá-lo na fuga. A equipe ainda encontrou um esconderijo onde o criminoso pode ter se abrigado.
“Prendemos duas pessoas que estavam auxiliando ele nas fugas, principalmente a se esconder da ação policial. Eles estão sendo autuados agora por porte ilegal de arma de fogo e por facilitação da fuga”, disse o secretário de Segurança Pública Rodney Miranda.
“Ele andava sempre pelos canais. Dificultando nosso trabalho. Temos um indicativo forte de onde ele está. Vamos virar a noite até prendê-lo. Nós fechamos o perímetro e estamos cercando cada vez mais”, contou.
Rodney contou ainda que Lázaro foi visto nesta quinta-feira. “Ele foi visto de muito longe, um vulto que se confirmou. Uma testemunha ouviu e os dois que estão sendo autuados confirmaram. Descobrimos o esconderijo dele. Uma casa onde davam guarita pra ele”, explicou.
Com os presos, a polícia apreendeu duas armas de fogo, com mais de 50 munições, sendo que uma delas foi roubada em um dos crimes. Os homens foram detidos em Girassol, distrito de Cocalzinho de Goiás, e serão levados para a Central de Flagrantes de Águas Lindas de Goiás.
“Vem almoçar, Lázaro”
Um dos presos é o caseiro Alain Reis Santana, de 34 anos. Ele confirmou em depoimento que o fugitivo dormia havia mais de cinco dias na fazenda onde ele trabalha. A informação consta no boletim de ocorrência da Polícia Civil.
O caseiro confirmou também que Lázaro andava com uma espingarda e um telefone celular. Em outro trecho do depoimento, Alain conta que além de dormir no local, o fugitivo fazia refeições. Tudo isso com o consentimento do proprietário Elmi Caetano, de 73 anos, que também foi preso por facilitar a fuga de Lázaro Barbosa.
Segundo o caseiro, Elmi gritava na mata “vem almoçar, Lázaro” e à noite deixava a porta da fazenda aberta para que o foragido pudesse entrar. A polícia suspeitou do fazendeiro na quarta-feira (23) quando ele não permitiu que equipes da força-tarefa realizassem buscas dentro da propriedade.
O secretário de Segurança Pública de Goiás, Rodney Miranda disse que existe uma “rede de proteção que apoia absurdamente” o fugitivo na região de Cocalzinho (GO).
A força-tarefa atualmente conta com 270 policiais, helicópteros, cães farejadores, dezenas de veículos, drones com visão térmica e auxílio de imagens de satélite. Apesar de toda essa estrutura, a operação também pediu ajuda essa semana a um experiente caçador da região.