Mulheres violadas

Médico Victor Sorrentino retorna ao Brasil, chora e diz que não é bolsonarista

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Médico chorou diversas vezes em primeira aparição após retornar ao Brasil e diz ter sido 'infantil e infeliz'. "Vou levar anos para compreender tudo o que aconteceu comigo. Tamanho foi o impacto e a profundidade de tudo isso em mim"

O médico Victor Sorrentino, conhecido por defender o ‘tratamento precoce’ contra a Covid-19, usou as redes sociais para se manifestar após ser detido no Egito por ofender uma vendedora muçulmana.

Em transmissão ao vivo no Instagram na noite de terça-feira (8), o médico chorou diversas vezes, pediu desculpas por ter publicado o vídeo em que expôs a mulher e disse ter “sofrido muito”. Sorrentino afirmou que vai ‘levar anos’ para compreender o que aconteceu, “tamanho foi o impacto e a profundidade de tudo isso em mim”.

“Passei os melhores e os piores momentos da minha vida. Os piores porque nunca imaginei que eu fosse passar por aquilo e nunca imaginei que minha família fosse passar pelo o que passou. Ficaram sem notícias minhas durante um período. A investigação foi muito dolorosa, eles não sabem o quanto as pessoas aqui estavam sofrendo”, afirmou.

Sorrentino ainda disse não ter tido tempo de se informar com detalhes sobre a cultura egípcia, já que sua viagem ao país teria sido acertada com três dias de antecedência.

“Vocês percebem que, naquele clima de brincadeira, cometer um descuido como eu cometi… E esse descuido é um erro, não medir as palavras, usar as palavras erradas numa brincadeira que eu não tinha o direito de fazer com ela, apesar de que a gente tinha pedido para filmar ela explicando as coisas… Isso pode tomar uma dimensão gigantesca. Fui super infeliz com a brincadeira que eu fiz. Uma pessoa como eu, que toca tantas vidas de tantas pessoas, não tinha o direito de fazer isso”, acrescentou.

O médico falou várias vezes que não quer justificar seus atos, que assume ter errado e que foi “infantil”. “Sou homem o suficiente para reconhecer todos os meus erros.”

Nas imagens que motivaram sua detenção no Egito, o médico brasileiro conversa com a vendedora, que lhe mostra um papiro. “Elas gostam é do bem duro. Comprido também fica legal, né?”. Constrangida, a mulher diz que sim, ato seguido por risadas dos brasileiros.

‘Não sou bolsonarista’

Na live, Sorrentino negou ser bolsonarista, como foi veiculado pela imprensa por ele defender o tratamento precoce contra Covid-19 — comprovadamente ineficaz — e por haver um vídeo do presidente Jair Bolsonaro dizendo que ele é seu “irmão de farda e de fé”. “Não sou bolsonarista, eu votei, votar em alguém não é ser bolsonarista. Foi simplesmente uma opção que fiz naquele momento, não tenho ídolos dentro da política.”

O médico afirmou ainda ter sido alvo de um “julgamento sumário” nas redes sociais, que ele comparou à Inquisição e ao Tribunal de Nuremberg —julgamento organizado pelos Aliados contra os nazistas após a Segunda Guerra Mundial. “É um tribunal de exceção, como o Tribunal de Nuremberg, o mais famoso, né? Em que colocou-se os Aliados para julgar os nazistas. Não estou defendendo nazistas, mas foi um tribunal de exceção, em que se busca uma forma de pré-julgar as pessoas.”

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