Preso por adesivo anti-Bolsonaro, professor faz desabafo após ser solto
Professor chegou a ser espancado e fez importante desabafo ao ser colocado em liberdade. PM que efetuou prisão tem foto com Bolsonaro. Secretaria de Segurança Pública afastou o policial das ruas
A Polícia Militar (PM) está usando a Lei de Segurança Nacional (LSN), aprovada em 1983, durante a ditadura militar, para prender críticos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Foi o que aconteceu nesta segunda-feira (31) em Goiás com um professor e dirigente do Partido dos Trabalhadores (PT) no estado, por causa de uma faixa exibida no seu carro com os dizeres “Bolsonaro Genocida”.
Arquidones Bites foi abordado por PMs que exigiram que ele retirasse a bandeira do veículo, ou seria preso em flagrante. Após a recusa, ele foi algemado, preso e conduzido até a superintendência da Polícia Federal da capital. O vídeo viralizou:
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O policial que aparece nas imagens é conhecido como Tenente Albuquerque. Nas redes sociais, há imagens do PM ao lado do presidente Jair Bolsonaro.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública disse que o Tenente Albuquerque foi afastado das ruas e “responderá a inquérito policial e procedimento disciplinar para apuração de sua conduta”.
Em nota, a SSP afirmou ainda que “não coaduna com qualquer tipo de abuso de autoridade, venha de onde vier. Assim sendo, todas as condutas que extrapolem os limites da lei são apuradas com o máximo rigor, independentemente do agente ou da motivação de quem a pratica”.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Serra, disse que a conduta dos policiais precisa ser investigada pela Corregedoria da PM. “Não se pode enquadrar como crime o direito do cidadão criticar ou manifestar sua indignação dentro dos limites da liberdade de expressão”, disse.
Segundo a Polícia Federal, só no governo Bolsonaro, já foram instaurados 85 inquéritos para investigar temas relativos à Lei de Segurança Nacional. É mais do que o saldo dos 11 anos anteriores (2008-2018), quando foram instalados 81 inquéritos.
Ao ser colocado em liberdade, o professor relatou ter sido agredido pelos policiais durante a prisão e fez um importante desabafo: