Racismo não

Vereador negro é preso em Curitiba enquanto jogava basquete

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Renato Freitas está no seu primeiro mandato como vereador e é advogado e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná

(Imagens: reprodução)

Daniel Tozzi Mendes, Ponte Jornalismo

O vereador de Curitiba Renato Freitas (PT) foi detido pela Polícia Militar do Paraná na tarde desta sexta-feira (4/6) na capital paranaense. Além dele, mais duas pessoas foram encaminhadas ao 12º Batalhão da Polícia Militar, e liberadas após aproximadamente três horas, e depois de terem assinado um termo de infração penal.

Renato estava com amigos jogando basquete em uma praça na cidade e ouvindo música. A PM foi até o local para atender uma denúncia anônima de perturbação de sossego por conta do som alto. Os policiais abordaram o grupo e pediram para que o volume do som fosse abaixado. Renato, que é advogado, começou a questionar a abordagem.

Em nota, a assessoria de comunicação do vereador disse que a abordagem em questão estava acontecendo “de forma inadequada, ferindo direitos fundamentais”. Ao questionar a abordagem da PM, Renato também foi levado à força pelos policiais. De acordo com a polícia, a detenção do vereador ocorreu por desobediência e resistência.

Nas imagens, é possível ver que, após o pedido, Renato intervém e segura a caixa de som, dizendo que a atuação era ilegal. Em seguida, os policiais retiram a caixa de som à força das mãos do vereador e depois derrubam o objeto no chão. A discussão segue, até que um dos policiais anuncia que um dos envolvidos (o que estava com a caixa de som) seria levado para o batalhão da PM por perturbação de sossego e Renato por ter atrapalhado o procedimento da polícia.

O vereador e seu amigo foram conduzidos de forma truculenta até a base móvel da PM e, na sequência, encaminhados para o batalhão. De acordo com nota divulgada pela PM, a operação seguiu as técnicas da corporação e “respeitou os Direitos Humanos”.

Advogado contesta procedimentos

Dyckson Leite, advogado de Renato, criticou a operação e relatou que teve dificuldades para se comunicar com seu cliente no batalhão. Ele também questionou a demora para a assinatura do termo circunstanciado, procedimento policial onde são registradas as ocorrências envolvendo casos de infrações de menor potencial ofensivo.

É um absurdo manter uma autoridade municipal detida três horas em um local em que a gente teve que discutir até para fornecer água”, disse.

O advogado comenta que esta não é a primeira vez que a polícia age dessa forma com o atual vereador, que também já chegou a ser detido em atos de campanha em 2016 e 2018. Renato Freitas tem 37 anos e está no seu primeiro mandato como vereador. Ele é advogado e Mestre em Direito pela Universidade Federal do Paraná. “Renato sofre a típica perseguição ao negro brasileiro quando atinge poder popular”, comenta.

Em relação a providências futuras sobre o caso, Leite disse que ainda irá avaliar junto com Renato e sua equipe o que deve ser feito.

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