VÍDEO: Policial gerou momentos de tensão ao ameaçar pessoas com arma de fogo e agressões verbais após ser questionado por estar sem máscara em estabelecimento de BH. "Me excedi sim, mas não teve nada demais", declarou o PM
O policial militar reformado Luís Humberto Carvalho de Lorena, de 68 anos, ameaçou pessoas com arma de fogo e agressões verbais após ser questionado por estar sem máscara em um estabelecimento fechado em Belo Horizonte. O tumulto ocorreu na última segunda-feira (26) em uma clínica médica.
A confusão começou quando uma mulher pediu que ele colocasse a máscara de proteção contra a covid-19. Após o pedido, o homem deu início aos xingamentos, disse que ela não tinha nada a ver com a vida dele e se retirou.
Pouco tempo depois, ele retornou com a máscara no queixo e começou a explicar, exaltado, porque estava sem o utensílio. A secretária do local tentou reforçar para a mulher que já havia pedido a ele que usasse o item obrigatório, sem sucesso.
Na sequência, um mecânico que estava na porta de uma clínica ao lado ouviu os insultos e foi até o local para tentar defender a mulher de uma provável agressão. Neste momento, o militar reformado, já nervoso, sobe o tom das provocações e o “convida” para a briga, sacando a arma.
Próximos da porta da clínica, os dois continuam o debate, quando o policial decide tirar sua arma e questiona, em tom irônico: “Quer caô, pula em mim. Você não é machão?”, afirmou ele, ao sacá-la.
Mesmo ameaçado, o rapaz manteve a calma, não recuou nem reagiu. Assustada e gritando, a mulher pede para que a confusão termine, enquanto segue a gravação. O agressor, então, entra novamente no espaço, ainda com a arma na mão, e revela que é policial. Com os ânimos relativamente controlados, ele guarda o revólver na cintura e justifica que está passando por estresse emocional.
O que dizem as partes
“Não houve crime de ameaça, saquei para me defender, numa ação legítima, minha arma estava apontada para o chão, não apontei para o rapaz é uma questão técnica, não foi ameaça hora nenhuma, como ele colocou a mão por debaixo da camisa, se ele sacasse algo, eu estava pronto para reagir”, disse o policial.
“Depois dessa cena eu guardei a arma e voltei para a clínica, o cara não estava sozinho, foi uma situação rápida, umas quatro pessoas estavam na retaguarda dele. Eu poderia ter sido agredido, todos correram quando viram a arma”, contou o PM.
“Ela gritou num tom muito arrogante, perguntando onde estava minha máscara. Me excedi sim e usei palavras de baixo calão, mas não teve nada demais. Minha esposa e minha filha brigaram comigo por isso. Estou constrangido e envergonhado”, finalizou.
A mulher, de 35 anos, deu a sua versão dos fatos: “Quando eu cheguei na clínica eu vi que ele estava lá dentro sem máscara e esperei ele sair para eu entrar no local, quando ele saiu, eu, no meu direito de cidadã, vivendo em uma pandemia, pedi para que ele colocasse a máscara de proteção no rosto. Os xingamentos começaram, ele colocou a máscara e voltou para me insultar”.
“Fui agredida verbalmente. Foi quando um homem que estava em uma fila do lado de fora da clínica, interveio, disse ao homem que ele não podia falar assim comigo, que ele estava errado. O rapaz continuou me defendendo, foi quando o homem, extremamente alterado, sacou a arma. Eu gritei pedindo para que ele parasse”, disse.
O mecânico, por sua vez, disse que viu toda situação e entrou na discussão para evitar coisa pior. “Eu entrei no meio falando para ele não fazer aquilo e eu falei para ele ficar calmo. Ele saiu da clínica, puxou a arma de fogo, mais para intimidação mesmo, e falou que ia matar, que ia dar tiro, me chamou de ‘machão’, guardou a arma e foi embora”.
“Gelei quando vi a arma, mas não me intimidei, se ele for policial mesmo, ele não teve comportamento adequado em momento algum”, disse o mecânico.
A mulher disse que teve medo de fazer Boletim de Ocorrência por medo de represálias, porém tentou registrar denúncia no site da PM, mas não conseguiu.
“Só pode 10 denúncias por dia, não consegui deixar registrado no site de forma anônima. Eu fiquei muito assustada, com muito medo, de tudo o que poderia ter acontecido”, contou a vítima.
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