Caso Marco Aurélio é reaberto após 36 anos
Marco Aurélio Simon desapareceu aos 15 anos, em 1985, no Pico dos Marins. Investigação do caso é reaberta 36 anos depois. Inquérito foi retomado após autorização da Justiça, com novos indícios sobre o que pode ter acontecido
Em junho de 1985, o escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu em Piquete, no interior de São Paulo. Na época, as buscas duraram 28 dias, mas o inquérito foi encerrado sem conclusão em 1990.
No entanto, em julho de 2021, ou seja 36 anos depois, a investigação do caso foi reaberta pela Polícia Civil após novos indícios sobre o que pode ter acontecido.
Com 15 anos de idade, o garoto e mais três amigos subiam o Pico dos Marins, montanha de mais de 2.400 metros de altitude, com a ajuda de um líder dos escoteiros. No trajeto, um dos meninos torceu o pé e Marco Aurélio voltou para buscar ajuda. Porém, ele nunca retornou.
Segundo o G1, o inquérito foi retomado após autorização da Justiça, com novos indícios sobre o que pode ter acontecido. De acordo com a polícia, há possibilidade de que Marco Aurélio esteja vivo. Hoje, ele teria 51 anos de idade.
O delegado responsável pelo caso a partir de agora, Fábio Cabett, solicitou à Justiça o desarquivamento do inquérito em junho deste ano, após o pai do escoteiro, o jornalista Ivo Simon, de 82 anos, ter procurado a polícia com informações.
Segundo os novos indícios, Marco Aurélio teria sido morto e enterrado em um local onde hoje fica uma pequena casa, na área em que os escoteiros haviam acampado à época, na zona rural de Piquete.
“Temos duas vertentes a serem trabalhadas: de que o Marco Aurélio estaria enterrado nessa área e a outra de que teriam visto um morador de rua em Taubaté, com os mesmos traços dele. Já oficializei as penitenciárias, fiz contato com a polícia da cidade e a técnica que projetou um cronograma de ações em três etapas, com reconhecimento de área, equipamentos e a escavação de fato”, disse o delegado.
As primeiras diligências tiveram início na última quinta-feira (15). De acordo com o G1, o delegado esteve com o pai do escoteiro na propriedade para reconhecimento de campo.
As próximas ações deverão contar com policiais e peritos de cidades da região e de São Paulo, além de cães farejadores, escavações e derrubada de árvores do local. Não há prazo para conclusão dos trabalhos.
Além disso, está previsto para que na próxima semana o delegado visite Minas Gerais, no local onde vivem as duas filhas do antigo proprietário do imóvel apontado como possível local de um suposto crime.
Desaparecimento de Marco Aurélio Simon
O escoteiro Marco Aurélio Simon desapareceu na manhã do dia 8 de junho de 1985. Ele e outros três amigos, todos com 15 anos à época, estavam acompanhados de um líder e tentavam alcançar o cume do Pico dos Marins (SP).
No caminho, um deles torceu o pé e o líder autorizou que Marco Aurélio voltasse sozinho ao acampamento para pedir ajuda. O grupo se perdeu e, quando chegou ao local, encontrou a mochila de Marco Aurélio, mas o adolescente não estava lá.
Foram 28 dias de buscas com policiais de diferentes corporações, além de mateiros, alpinistas, especialistas e aeronaves. Até hoje, nenhuma pista do escoteiro foi encontrada.
Teoria do desaparecimento é desmentida pela polícia
Nos últimos dias, circularam em grupos de WhatsApp, vídeos e áudios sobre um possível desfecho do caso. A informação é de que uma mulher, no leito de morte, teria informado que Marco Aurélio foi morto por seu irmão, que tinha doenças psíquicas.
O pai deles teria enterrado o corpo do menino debaixo da cama do casal, para proteger o filho. Anos depois, foi construída no local uma capela, na antiga base do Pico dos Marins.
A informação, no entanto, não é confirmada pela Polícia Civil e o delegado desmentiu os boatos.
“Tem essa informação, de que o pai [do suposto criminoso] teria enterrado o garoto [Marco Aurélio] debaixo da cama para proteger o filho, mas essa mulher [responsável pelo áudio] não disse nada disso. Agora, todo cuidado é pouco. Essas informações só atrapalham o nosso trabalho”, disse o delegado do caso.
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