Babá espancada por patroa em prédio de luxo diz que tentou "alcançar a outra janela"
“Ela me mordia, batia, puxava meu cabelo, dava tapa”. Babá também sofria agressões verbais e era privada de se alimentar e beber água. “Só vim comer alguma coisa quando cheguei no hospital”. Imagens da vítima pulando do prédio são divulgadas; empregadora presta depoimento
A babá que caiu do 3º andar de um condomínio de luxo para escapar da patroa em Salvador disse que foi agredida de diversas maneiras e chegava a ficar sem comer e beber água.
“Ela me batia, puxava meu cabelo, me mordeu. Várias agressões… Dava tapa. Desde terça-feira que eu não comia nem bebia água. Vim comer alguma coisa quando cheguei aqui [no hospital], ontem de noite”, desabafou Raiana Ribeiro da Silva, de 25 anos.
“Ela me prendeu no banheiro e quando eu vi o basculante, tentei sair. Achava que alcançava a outra janela, mas não alcancei e me soltei. Fiquei pendurada em um ‘degrauzinho’ onde estende roupa, mas não alcancei a outra janela, me soltei e caí”, detalhou a vítima, que teve fratura nos pés e terá que ficar alguns dias sem sair da cama.
A jovem morava na cidade de Itanagra, a cerca de 150 km de Salvador, encontrou a vaga de emprego através de um site e mudou-se para Salvador. Ela contou que trabalhava havia cerca de uma semana no local, cuidando de três crianças, e que as agressões começaram após ela comunicar à patroa que queria deixar o emprego.
Raiana destacou que, além de já estar querendo sair do trabalho, encontrou uma oportunidade melhor e, por isso, comunicou à patroa que iria sair. Um vídeo gravado por um morador registrou o momento em que a jovem despenca (ver abaixo).
O advogado Bruno Oliveira, que representa a babá, contou que o caso se enquadra no crime de cárcere privado, com agravante. “É identificado o cárcere privado, onde no artigo 148 do Código Penal diz que privar alguém da liberdade mediante sequestro ou cárcere privado é detenção de um a três anos. Ainda no mesmo Código Penal, no mesmo artigo, parágrafo segundo, tem um agravante, que foi o que aconteceu com ela: se desse cárcere privado gerar-se sofrimento físico ou moral, a pena vai de dois a oito anos. É o que a gente vai requisitar para que a autoridade policial faça essa denúncia”, disse.
A patroa Melina Esteves França prestou depoimento na delegacia nesta quinta-feira (26) e foi liberada em seguida. Ela vai responder em liberdade. O caso é investigado pela 9ª Delegacia Territorial.
Essa não seria a primeira agressão cometida por Melina Esteves França. Segundo uma vizinha da mulher, ela já agrediu outra funcionária com um “murro no olho”.
⏯️ Vídeo mostra babá entre apartamentos após pular para fugir da patroa.
Raiana Silva se jogou do 3º andar para escapar das agressões que teria sofrido por parte da patroa, Melina França. Caso ocorreu em Salvador.
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— Metrópoles (de 🏠) (@Metropoles) August 27, 2021